O VOO DA ÁGUIA

O VOO DA ÁGUIA

Estou de frente para as montanhas que, altaneiras, lançam-se às alturas

Vejo florestas virgens cobrirem-nas com seu manto verde, realçando suas formas, enquanto de suas encostas brotam, águas cristalinas, saídas das entranhas da terra.

Lá no cume, uma águia voa em círculos, com os olhos fixos nessa cena paradisíaca, extasiada com tanta beleza.

A noite vai descendo misturando as cores do firmamento, até que as primeiras estrelas, surjem, como pérolas no veludo, abrindo espaço para a lua, que já vem lançando seus raios argênteos, prateando a escuridão.

E eu, seduzido por esse quadro Celeste, deixo minha alma voar, como a águia, sorvendo cada detalhe com que a natureza se expressa.

Em meu voo imaginário, vejo-me, num passado distante, acampado numa clareira da mais alta montanha, de joelhos e de braços abertos, seduzido pela lua que emergia dos vales, derramando lágrimas de emoção.

Sinto todo meu ser vibrar quando percebo, numa outra elevação, um lobo, sentado sobre as patas traseiras, namorando a lua com longos uivos apaixonados.

Minhas montanhas....já não posso mais galgá-las, como na juventude.

Meu céu em noite de gala.....agora só posso te admirar, aqui da planície.

Doce fera enamorada pela lua....só posso te guardar na memória e invejar teus arroubos de amor.

Fecho os olhos e deixo-me levar pela imaginação:

Sou uma águia, com os olhos injetados de veneração, voando em grandes circulos, abençoando as montanhas, as florestas, os vales e rios, suspirando pela lua e seu séquito astral, saudando o irracional, que num lampejo de racionalidade, se queda diante da beleza da criação.

A noite vai alta...Sinto o frio da brisa noturna que causa arrepios de emoção. Uma nuvem cobre a lua, realçando mais o seu encanto. E em meu coração alado, desço, como a águia, ao meu ninho, para adormecer com a natureza, à espera de um novo dia.

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Pedro Lodi
Enviado por Pedro Lodi em 16/11/2024
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