DIA DA REPÚBLICA

Bem mais apropriado seria chamar dia da traição, afinal a nossa república, se é que podemos chamar assim, nasceu da mistura de vingança dos poderosos agricultores, chamados Barões do Café, contra a monarquia por conta da abolição da escravatura, da falta de caráter de José do Patrocínio que jurou defender a Princesa Isabel e sua permanência no trono , mas traiu a promessa ao escrever o manifesto da república e do que hoje seria apelidado de fake news sobre a nomeação de Gaspar para chefe de governo, sendo ele arqui-inimigo de Deodoro na antiga disputa pelo amor de Maria Adelaide quando ambos estavam no Rio Grande do Sul.

Decorridos esses 135 anos, poucas vezes tivemos a tranquilidade que uma república verdadeira pode oferecer aos seus envolvidos.

Vários foram os ditadores que, usando-se da inércia da população determinaram até o que as pessoas devem comer ao definir artigos da “cesta básica” a qual, devia sugerir as porções das categorias dos alimentos e não as marcas industrializadas, indicadas por nutricionistas de qualidade tão duvidosa quanto os zootecnistas que incluem amido e fibra vegetal em ração para animal essencialmente carnívoro.

O nosso povo, como gado de manada, sem grandes aspirações, preparo ou ânimo para reagir, vai sendo guiado ao sabor da vontade do déspota de plantão que não cumpre o ideal republicano, o qual determina a prevalência da autonomia dos agentes confederados em consonância ou não com o todo.

Por conta de leis caducas vivemos amarrados ao passado, impedidos de aplicar novos conceitos e novas formas de agir. Quando houve a pandemia do xinglingvírus ficou evidente que as relações de trabalho podem, e devem ser alteradas.

A CLT, essa senhora octogenária já devia estar aposentada, mas mantem-se a relação de trabalho de tal forma que justifica o pensamento – “é mais barato criar um filho do que ter um empregado”.

Somos o único país no mundo a ter uma justiça exclusiva para resolver disputas trabalhistas, a maior parte delas inócuas que atravancam os cartórios e servem, na maioria das vezes, para extorquir o empregador por algo indevido.

O trabalho autônomo, que hoje em dia ganhou o apelido – frila (corruptela do termo inglês free lancer, porque é de bom tom importar coisas esdruxulas), demonstrou sem sombra de dúvida que é a melhor alternativa para a relação de trabalho. Cobra-se o valor de mercado pelo serviço a ser executado e as responsabilidades de cada um acaba com a realização da tarefa e a efetivação do pagamento. O que cada um vai fazer com o dinheiro não é da conta de nenhum governo.

Os puristas dirão, ah! mas quando o trabalhador estiver doente, há de precisar dos serviços públicos de saúde...

A resposta é bem simples, em tudo pagamos impostos. Trabalhamos mais de cinco meses para sustentar o paquidérmico sistema oficial de governo, sem sabermos para onde vai todo esse dinheiro. Se o sistema público de saúde funcionasse como está no papel, não teríamos que contratar planos de saúde particulares quando precisamos de assistência médica.

E a aposentadoria: quem vai ser responsável quando o trabalhador estiver velho?

Bem melhor que retirar compulsoriamente grande parte dos ganhos do trabalhador, seria ensiná-lo a poupar e investir na bolsa de valores em algo rentável que lhe garanta o sustento.

É bom lembrar que no Japão, uma das maiores economias do mundo, não existem férias remuneradas, nem 13º salário, nem aposentadorias. O regime de governo é parlamentarista e eles têm, desde sempre, o Imperador...

CITAÇÕES

CLT = Consolidação das Leis do Trabalho

Deodoro – Manuel Deodoro da Fonseca, militar e 1º presidente da República.

Gaspar – Gaspar Silveira Martins, senador do império, deputado provincial, ministro da fazenda.

José do Patrocínio – José Carlos do Patrocínio, farmacêutico, jornalista, escritor

Maria Adelaide – Maria Adelaide Andrade Neves Meireles, baronesa do Triunfo