ENTREVISTANDO O “PODEROSO CHEFÃO”
“Não confunda minha bondade com fraqueza.
Eu sou gentil com todo mundo, mas quando alguém é
injusto comigo, fraqueza não será o que você se lembrará
sobre mim”
(Al Capone)
PRÓLOGO:
Pois bem, todos sabem que foi uma das maiores trilogias da História do Cinema (ou mesmo ... a maior). Refiro-me ao fenomenal “The Godfather”, no Brasil sob o título “O Poderoso Chefão”. E aqui me arrisco a um pequeno e ousado (ao qu’eu diria agora) bate-papo com um de seus personagens, mais precisamente com o incrível Michael Corleone, interpretado pelo grande ator Al Pacino. É lógico que se trata d’uma prosa fictícia, em que me deixei levar pela imaginação, embora tenho certeza de que muitos gostariam de estar no meu lugar. Vamos lá, então?
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ESTEVAN HOVADICK:
- Vivemos num mundo mergulhado em imoralidades, onde parece que o ser humano se encontra no fundo do poço. no que ele se situa face às regras de convivência. Em sua opinião, o Homem é recuperável a ponto de modificar sua estrutura vivencial e o seu atual paradigma mental?
O PODEROSO CHEFÃO::
- Todo o poder do mundo não pode mudar o destino. As coisas podem piorar com a mudança.
ESTEVAN HOVADICK:
- Bem, mas isto seria com relação ao mundo. Ou poderia ser aplicado a um ser humano somente?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Homens realmente grandes não nascem grandes, tornam-se grandes.
ESTEVAN HOVADICK:
- Mas, e se houvesse o “milagre da comunhão entre todos”?
O PODEROSO CHEFÃO:
- O importante é que tenhamos um ao outro. Que tenhamos uma vida juntos.
ESTEVAN HOVADICK:
- A esperança estaria, talvez, nos jovens de hoje?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Os jovens não respeitam mais nada. Os tempos estão mudando para pior. Passei a vida inteira tentando não ser descuidado.
ESTEVAN HOVADICK:
- Podemos confiar nos poderosos e políticos em suas promessas?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Quem lhe oferecer segurança será o traidor.
ESTEVAN HOVADICK:
- Então não se pode confiar em ninguém? Seria isto o que eu entendi?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Um advogado com uma pasta pode roubar mais que 1000 homens armados.
ESTEVAN HOVADICK:
- E quanto à amizade, o que o senhor diria? Seria possível viver num mundo sem amigos?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Nunca deixe os outros saberem o que você está pensando. Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais ainda.
ESTEVAN HOVADICK:
- Vale a pena ser um cidadão correto (ou um "homem de bem") no meio d’uma sociedade indecente e sem princípios, e, sobretudo, obcecado pelo amor ao dinheiro?
O PODEROSO CHEFÃO:
- É perigoso ser um homem honesto. Finanças são a arma. Política é saber quando apertar o gatilho.
ESTEVAN HOVADICK:
- E quanto aos que almejam o poder. mas estão sempre “lá em baixo”, quais são as suas palavras? O que o senhor pensa a respeito deles?
O PODEROSO CHEFÃO:
- O poder corrompe aqueles que não o têm.
ESTEVAN HOVADICK:
- E haverá algo neste mundo maior que o dinheiro e o poder?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Boa saúde é a coisa mais importante. Mais que sucesso, mais que dinheiro, mais que poder.
ESTEVAN HOVADICK:
- Por que muitos se rendem aos poderosos mesmo não concordando com seus meios? Não seria tal atitude uma “postura de dependência” a estes corruptos? O que o senhor acha que eles estão ganhando vivendo deste modo?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Aquele que depende de outras pessoas depende de sobras.
ESTEVAN HOVADICK:
- Então, haveria uma "corrupção generalizada"? E, em nome dela, apoiamos quem nos oprime em troca do que sobra em suas fartas mesas (do que os poderosos e gananciosos atiram para nós)?!
O PODEROSO CHEFÃO:
- Todos fazemos parte da mesma hipocrisia.
ESTEVAN HOVADICK:
- Mas como deveria ser a ética de relacionamento entre as pessoas? Como funciona entre vocês? Existe um "código moral"?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Quero pessoas que sejam leais. Alguém que não passe da conta. Se um homem como você tivesse inimigos, eles seriam meus inimigos.
ESTEVAN HOVADICK:
- Ah, Obrigado. Considero suas palavras agora um elogio à minha humilde pessoa.
O PODEROSO CHEFÃO:
- Se você fosse meu amigo, os seus inimigos seriam meus inimigos agora.
ESTEVAN HOVADICK:
- Tenho para mim um princípio o qual eu digo a todos: Cuidado com as pessoas que não te ameaçam. Elas não dão “aviso prévio” quando querem te “demitir” de suas vidas.
O PODEROSO CHEFÃO:
- Se tem uma coisa que a história nos ensina, é que se pode matar qualquer um.
ESTEVAN HOVADICK:
- E qual a postura mais lúcida a se ter com relação aos nossos inimigos? Ou o que não deveríamos fazer para que eles não saibam quais as nossas fraquezas?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Não odeie seus inimigos. Isso afeta seu raciocínio. Deixe que seus amigos subestimem suas qualidades e que seus inimigos superestimem seus defeitos.
ESTEVAN HOVADICK:
- E no que se refere à família (como instituição), que palavras o senhor teria agora dizer?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Tenho um sentimento fraco por meus filhos, e acabo os mimando demais. Mas, um homem que não se dedica à família jamais será um homem de verdade. Oh! O mundo é tão difícil que uma pessoa precisa de dois pais!
ESTEVAN HOVADICK:
- Bom, e com relação às pessoas que não fazem vínculos com nossas famílias, o senhor poderia nos falar sobre elas?
O PODEROSO CHEFÃO:
- Nunca diga a alguém fora da família o que você está pensando.
ESTEVAN HOVADICK:
- Bem, só para finalizar, o senhor acha que Deus poderia ter feito o Homem “diferente”?
O PODEROSO CHEFÃO:
- O que está feito está feito.
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UMA PALAVRA FINAL:
As palavras anexadas ao PODEROSO CHEFÃO não são todas do personagem Michael Corleone, embora eu assim afirmasse na introdução deste humilde trabalho. Contudo, são, na verdade, todas tiradas de personagens nos três filmes. E como eu disse, trata-se de um “diálogo fictício” e imaginário com o personagem principal, ou, então, com o diretor e roteirista da devida trilogia, a qual foi um dos maiores sucessos do Cinema.
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15 de novembro de 2024
IMAGENS: INTERNET