O "Não" nosso de cada dia

Uma das coisas que acho mais difíceis na vida e, que até hoje preciso exercitar parece algo bobo mas, pra mim sempre me incomodou por se tratar de outras pessoas. Sou o tipo que prefere sofrer no lugar do outro ao invés de falar um "não".

Um "não" pra mim sempre foi amedrontador. Digo, pra eu falar porque pra receber um não estou tranquila! Aguento tudo! Mas falar um "não" era como se eu tivesse dando um tiro em alguém por acidente. Tudo isso porque eu acreditava que só dizendo "sim" eu seria aceita, bem amada e querida. Minha saúde mental enquanto isso ia para o "beleléu".

E assim eu vivia, fazendo sempre as escolhas erradas, me sacrificando para agradar o outro e, sem perguntar: "Deus, eu estou agindo correto?"

Poxa,o outro está tão feliz! Eu que me lasque! E finjo que estou bem e, vida que segue!

Essa era eu, personalidade deturpada ou sem nenhuma personalidade.

Quando eu ousava dizer um "não" parecia que doía mais em mim no que no outro. Me violentava com questionamentos internos e aquele peso na consciência como se eu fosse uma monstra!

Quando chegou o dia da minha "libertação" onde resolvi "chutar o balde" me priorizar e, parar de me esbofetear saiu aquele peso quando preciso dizer "não".

Existe um limite de "sim". Fazer o bem sempre e estender a mão para quem precisa é maravilhoso mas, há momentos que realmente não podemos dizer "sim" o tempo todo! E, a maioria das vezes não está relacionado a ajuda pessoal e sim, caprichos do outro. Comecei a entender que deveria separar a situação de "precisão" com " interesse".

Não é fácil distinguir tudo isso mas, aprendi a observar mais e falar menos. Assim ter a liberdade de escolher as minhas ações sabendo que foram saudáveis.

Dizer não é saudável e dizer sim pode nos intoxicar se não aprendermos essa lição. Demorou mas, acho que estou aprendendo.

Andreia Caires
Enviado por Andreia Caires em 12/11/2024
Reeditado em 12/11/2024
Código do texto: T8195490
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