Amar com o Coração ou Amar com a Alma?
Há algo no amor que sempre nos escapa. Ele chega, toma forma no peito, e mesmo quem já viveu uma vida inteira amando se vê, às vezes, sem saber distinguir onde começa e termina. Amar com o coração, ah, é um salto constante. É aquele pulsar inquieto, a ansiedade pelo reencontro, a euforia que invade quando se está ao lado, e a dúvida que se instala na ausência. O coração ama com intensidade, mas também se desgasta — ele é intenso, mas delicado.
Já o amor da alma... esse é diferente. É um amor que não precisa de comprovação, não vive de provas diárias nem de promessas suspensas no ar. É mais profundo, e talvez por isso mesmo tão raro. Amar com a alma é encontrar no outro um espelho de si, uma presença que, mesmo na distância, continua ali, ressoando. Não é sobre estar junto a todo instante, mas sobre carregar o outro na essência.
Sabe-se que se ama com a alma quando o silêncio é tão confortável quanto as palavras. Quando o amor se torna uma quietude interna, uma convicção que não teme o tempo, o espaço, ou as tempestades da vida. Quem ama assim entende que o outro é uma extensão, e não há mais necessidade de reafirmações ou promessas, pois é um amor que simplesmente é. É como se fosse a verdade em sua forma mais pura.
E assim, entre coração e alma, seguimos tentando entender as nuances desse sentimento que nos faz ora flutuar, ora se perder. Amar com o coração é sentir a paixão do momento, mas amar com a alma é, sem dúvida, tocar a eternidade.