"SANGUESSUGAS DE ENERGIA" Crônica de: Flávio Cavalcante

SANGUESSUGAS DE ENERGIA

Crônica de:

Flávio Cavalcante

Raridades. É engraçado como essa palavra soa quase mágica, mas ao mesmo tempo tão distante. No fundo, a raridade é aquilo que se encontra uma vez na vida, que quando aparece, marca, faz diferença. Mas o mundo anda cheio de presenças vazias, de pessoas que entram na vida da gente sem trazer nada, apenas para tirar, sugar, explorar. São os verdadeiros sanguessugas de energia, de ânimo, de paz e de bens materiais, que em alguns casos causam um verdadeiro tsunami na nossa vida.

A maioria dessas pessoas é sutil na arte de consumir a essência dos outros. No início, podem até parecer inofensivas, carentes, precisando de ajuda. Elas se aproximam com um jeitinho de coitadas, pedindo um favor ali, um conselho aqui, até que, de repente, já estamos afundados em responsabilidades que nem sequer são nossas. É nesse momento que sentimos o peso, o cansaço, o desânimo e o desespero de recuperar aquilo que foi severamente destruído.

O problema é que, quando nos damos conta, elas já tomaram uma parte significativa de nossa energia, e o que ganhamos em troca? Nada. Só a exaustão de ter tentado ajudar alguém que nunca quis ser ajudado de verdade. E o pior é que esse tipo de pessoa não aprende com a ajuda recebida; ela só quer mais. Se você der uma mão, querem logo o braço, e assim por diante, numa sequência interminável.

Essa é uma lição dura: não adianta bancar a Madre Teresa de Calcutá para quem não valoriza. Não adianta sentir pena e achar que é obrigação estender a mão a todo instante, porque, no final, quem paga o preço somos nós mesmos. Dizer "não" é uma necessidade e não uma falta de compaixão.

Muitas vezes, esse não é o que preserva nossa sanidade. Ser generoso não significa aceitar que nos façam de escada. Tem uma linha tênue entre ser bondoso e se deixar manipular, e só conseguimos traçar essa linha com um olhar atento e a coragem de nos proteger.

Então, o recado é claro: raridade não é qualquer pessoa que bate na nossa porta com um problema. Raridade é quem chega e deixa algo, quem constrói junto, quem entende que a relação é uma via de mão dupla, em que se dá e recebe. Se isso não estiver lá, não vale a pena insistir. Aprenda a Identificar e Proteger-se.

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 10/11/2024
Código do texto: T8193787
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