Considerações sobre o Amor em Tempos de Shopping
Não é comum amar demais.
Ama-se, em geral, apenas o sexo, uma aparência, o bem-estar e o conforto. Dinheiro, segurança, vaidade. Poder (ah! o Poder desperta além do Amor - paixão!).
Mas, amar além da conta, amar além dos limites, por motivos incompreensíveis e inexplicáveis, é coisa para eleitos.
Não falo de ser amado. Por alguém ou pela multidão.
Pelo público depende de combinação de fatores.
Mas, por alguém, é um mistério.
Não importa o quanto sem limites se ame.
Qual o tamanho da entrega ( se é que entrega é mensurável ).
Amar infinitos é nunca saber sequer se é lembrado.
O mundo terráqueo é assim ( o Universo não sei ou não recordo).
Há sempre uma necessidade reclamada por alguém, que uma vez compensada leva ao quase esquecimento de quem ama.
Tenho assistido a este jogo eletrônico de sedução e ilusionismo, esta busca por um Poder sobre o outro (outros?), que nunca se satisfaz, a sempre mais um músculo, mais uma transferência, um velho, um carente a ser abatido.
E nunca uma devolução.
Cumplicidade não falo, companheirismo, muito menos, palavras e conceitos exilados nas ilhas de negação do Sistema, que nunca mais admitirá desinteresse material, nos relacionamentos e nas causas.
Mergulhamos no abismo e o fundo é um deserto espelhado.