Quem sou eu? Dizem que às vezes demoramos a vida toda para descobrir quem somos ou até morremos sem saber. As outras pessoas são bem mais rápidas e nos julgam, falam das nossas vidas com tanta propriedade que temos a impressão que elas vivem conosco ou conseguem no ver por dentro, adivinhar nossos pensamentos. Hoje pessoas julgam outras pessoas em uma conversa de bar, tomando um chá, comendo pizza e existem canais no youtube especializados em falar da vida alheia. A fofoca está ultrapassada e a condenação e o cancelamento são as últimas descobertas da humanidade. O mais interessante é que as pessoas que condenam e cancelam esquecem que não são perfeitos e que também podem errar e pecar como qualquer ser humano.
Acho que todos concordam que ter a mente aberta é muito bom e ser crítico é ruim. Bom, isso depende. Sou da geração anos 80 onde tudo era over. Quebramos todos os tabus e mesmo tudo sendo proíbido, fazíamos o que queríamos e éramos muito felizes. Não tínhamos nenhuma proteção, mas a loucura da juventude nos tornavam heróis da resistência. Uma dúvida que tenho: estamos criticando demais? Talvez criticar os outros seja uma alerta inicial para esconder nossos próprios erros e defeitos. Podemos julgar o livro pela capa e está tudo bem?
Uma amizade perfeita só acontece em livros, novelas e filmes. Estamos sempre julgando, mas o que importa é o que fazemos com esses julgamentos. Podemos guardar para nós mesmos ou sermos grosseiros, incovenientes ou falarmos demais, nos metendo onde não nos cabe. A liberdade de expressão não nos dar o direito de agirmos como Deus, até porque ninguém é perfeito. Nascemos imperfeitos, pecadores e morremos assim. Podemos até evoluir no decorrer da vida, mas nunca chegaremos a perfeição porque se Deus quisesse o mundo perfeito, não nos daria o direito do livre arbítrio.
Respondendo a minha própria pergunta lá do começo: sou um ser humano em evolução, mas que tenho todas as imperfeições possíveis.