A MAGIA DOS TEXTOS
Com o passar do tempo e com a prática adquirida pelo exercício diário de escrever temos a verdadeira noção da magia que a comunicação exerce sobre todos nós ao narrar acontecimentos, formular opiniões, transmitir os nossos sentimentos e provocar reações naqueles que nos leem e interagem com críticas, na maioria das vezes, elogiosas, integradoras, construtivas, mas também as que expressam discordância.
Todas elas muito bem-vindas, porque sempre há o que melhorar e os olhos de terceiros veem o que nos passa despercebido.
Para que a crítica tenha a relevância desejada, há que se observar o ambiente, a cultura, a moral que determinam o contexto em que a peça foi escrita.
Periodicamente as diretrizes da moral e dos bons costumes dos povos se alteram, a maior parte das vezes por influências de outras culturas como ressalta a Teoria do Imaginário, por aplicações de postulados incorporados a pequenos grupos, (apelidados de tribo) que, sem os analisar profundamente, aceitam como bom e exequível, embora sejam alheios à realidade da maioria.
De uns anos para cá, temos observado que sobre a cultura judaico/cristã do ocidente há a disseminação dos postulados radicais tanto dos esquerdistas quanto dos ideais islâmicos que, pela ortodoxia, não admitem atualizações.
Salvo o “relógio químico dos elementos” que determina com variações relativas a época dos acontecimentos, nós não temos nenhuma garantia das idades dos registros que nos chegam ao conhecimento uma vez que o calendário varia de acordo com a opinião da autoridade determinante.
Como viviam aquelas pessoas, qual a expectativa de idades que tinham, qual o nível de conhecimento que possuíam, como eram os relacionamentos entre os grupos, além das guerras e conquistas narradas em sagas e poemas épicos?
Hoje usamos o calendário Gregoriano, instituído em 1582 pelo Papa Gregório XIII em substituição ao calendário Juliano que por sua vez deve ter sido implantado para corrigir o anterior, que corrigiu o anterior...
Consideramos que, os relatos da bíblia remontam a seis séculos, o corão, livro sagrado do Islã, que foi escrito entre os anos 610/32 da Era Cristã e o esquerdismo que tomou vulto a partir da publicação em 1867 de “O Capital” de Marx e dos modus operandi de Gramsci no século passado, precisam ser lidos e interpretados não com a nossa atual maneira de pensar, mas, se soubermos, de acordo com o desenvolvimento humano da época em que foram escritos para evitar que se tornem pretexto, no mínimo, de discórdia alimentada pelo “politicamente correto” dos dias atuais quando estão sendo demonizadas as palavras mais corriqueiras e os nossos autores brasileiros tradicionais que foram cronistas da realidade em que viveram, com livros sendo queimados numa demonstração de estupidez burra e inconsequente.
“Um texto sem contexto, torna-se pretexto”
Este postulado que a Hermenêutica nos apresenta deve ser o Norte de quem se propõe a analisar algo que foi escrito por alguém numa determinada época, principalmente se em língua diferente da nossa que, pelas traduções e versões ao longo do tempo foram, voluntaria ou involuntariamente, alteradas. Afinal é consenso: “traduttore traditore”
CITAÇÕES
Gramsci, Antonio (1891/1937) italiano, jornalista, filósofo
Marx, Karl (1818/83) alemão, filósofo