O banco
O sol da manhã está quente, o céu azul livre de nuvens, no ar apenas oxigênio, nitrogênio e mais alguns percentuais de outros gases, porém sem movimento algum, nem mesmo uma leve brisa.
Estou sentado num banco de tábua pintada de marrom apoiado em três pilares de blocos, distribuídos ao longo do banco. São blocos pintados de uma cor rosa, levemente desgastada pelo tempo.
Estou na casa de dona Zoraide, minha mãe. O banco fica de frente da porta da cozinha.
Ainda há pouco minha mãe estava sentada comigo. Tomamos café neste banco. Uma caneca de cerâmica com café com leite e bolachas.
Cada um segurou a sua caneca, as bolachas estavam dentro de um pote entre nós dois.
Foi um café gostoso, onde minha mãe disse muitas coisas sem soltar palavra alguma. Apenas a bebericar o café e mastigar a bolacha.
Acabamos de tomar o café. Ela me deu a caneca vazia eu fechei o pote de bolacha.
Ela levantou e falou:
"Vou voltar a deitar."
Levantou e entrou na casa rumo ao quarto.
Ficando eu no banco refletindo sobre a incerteza da minha velhice, que nem mesmo certeza tenho se a terei.
Na vida tudo é incerto, menos este breve momento que fiquei a ouvir a sabedoria de minha mãe...