VULCÃO

Vulcões são alterações na crosta terrestre significativos na geologia, na agricultura, na mitologia e religiões.

Seu nome tem estreita relação com o deus Vulcano, do submundo, exímio metalúrgico que forjou vários artefatos para os deuses olímpicos da caça e da guerra e também para os semideuses e humanos protegidos por esses deuses.

Feliz ou infelizmente nosso Brasil não possui vulcões ativos nas partes recentes (geologicamente falando) de Fernando de Noronha ou Atol das Rocas ou sob o Estado do Acre que vez por outra sofre abalos sísmicos por conta da proximidade com a Cordilheira dos Andes e por estar exatamente acima de um dos pontos de subducção da placa de Nazca com a placa Sul-Americana e nem vulcões adormecidos.

Restam-nos alguns poucos altamente desgastados pelas intempéries e considerados extintos por não possuírem mais as câmaras magmáticas.

A primeira vez que tive a oportunidade de ver um vulcão, escrevi o conto Exu Zombeteiro.(www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/2408547).

Trata-se de um morro sem nome ou significância pelo alto grau de decomposição do que resta do cone formado durante a fragmentação de Gondwana, mas que nos dias atuais não causa impacto em quem recebe a informação de que ali no Município Pernambucano de Ipojuca, já existiu um vulcão.

A segunda vez que estive perto de um vulcão digno deste nome foi o El Teide em Santa Cruz de Tenerife conforme descrita na crônica: O Cruzeiro.

(www.recantodasletras.com.br/cronicas/2976738).

Este sim, surgido pela fragmentação de Gondwana e a separação das placas Africana e Sul-Americana possui mais de sete mil e quinhentos metros de altura desde o leito oceânico até a cratera.

É impactante tanto pela imponência quanto pelo ambiente cinzento que nos dá a impressão de que a última erupção acabou de acontecer.

Na terceira vez vi o Popocatepétl quando visitei o México, descrito na crônica (www.recantodasletras.com.br/cronicas/3285007).

Altivo e ativo, soltando as fumarolas que justificam o seu nome que na língua mexica, significa monte que expele vapor d’água. Estivemos muito perto desse vulcão que faz parte do cinturão de fogo do Pacífico.

Surpreendentemente está com erupção constante desde 1994 e pela imprevisibilidade dessas erupções que podem conter vapor d’água (o mais comum), gases (CO¹; CO², SO², H²S, HCl) que se formam na câmara magmática, cinzas, piroclastros, as bombas que são blocos de rochas inteiras ou fragmentadas de antigas erupções ou ele simplesmente deixa a lava escorrer pelos seus flancos representa grande perigo e exige vigilância constante para emissão de avisos para as populações da região densamente povoada, como a Capital que está a menos de 70km de distância e demais cidades circunvizinhas. Recentemente, houve interferência nas rotas aéreas de voos comerciais devido suas cinzas atingirem oito quilômetros de altura. Mais um pouco e chegaria à Estratosfera.

Durante a visita, eu quis chegar mais perto da base da montanha, fazer umas selfies, apanhar um pouco de fragmentos de rochas, mas o guia, cumpridor das determinações governamentais, não permitiu e mesmo que não houvesse o impedimento, “la carretera” estava fechada, porque Popo (apelido dado pelos locais) naquela data estava mais nervoso que o normal.

Se os vulcões continuam imprevisíveis apesar do monitoramento constante através da parafernália tecnológica da atualidade, podemos imaginar que os Maias pé colombianos, foram surpreendidos, exterminados e forçados ao deslocamento por conta das erupções dos inúmeros vulcões da América Central?

Até hoje no mundo acadêmico não há consenso para o fato daquele povo em períodos em torno de 70 anos, abandonar cidades densamente povoadas e com atividades pujantes para recomeçar tudo noutro local.

CITAÇÃO

Vulcano = originalmente nomeado Hefesto na mitologia grega, era filho de Júpiter e da sua esposa Juno (noutra versão, era filho de Juno e o Vento) é divindade ligada ao fogo (destrutivo) e à fertilidade do solo devido a decomposição das cinzas expelidas dos vulcões que eram as suas forjas.

A cinza vulcânica, chamada pozolana, é componente da argamassa usada pelos antigos romanos em todas as suas construções.