A FRAGILIDADE DAS PAIXÕES

O mais difícil, deprimente e triste num relacionamento amoroso é quando o sentimento morre somente no coração de um dos dois, mas o outro continua amando. A angústia reflete em quem deixou de ser amado e sofre a rejeição e o abandono.

O amor tem a estranha beleza dos enigmas, todos queremos, viver conhecer e decifrar, como um grande romance cheio de mistérios atraentes. Quando decifrado, há ocasiões em que decepciona tornando-se menos o delirante êxtase eterno e mais a repetição exaustiva da rotina. Alguns não suportam, querem sair do enfaro do mel, do agora sufoco dos abraços e beijos já não desejados, ter outra chance e novas possibilidades de viver diferentes sonhos.

Nesse emaranhado de alívio para o que sai e dores em lágrimas no que permanece, quem vence é sempre a tristeza, laços rompidos são péssimos conselheiros, fotografias rasgadas magoam sem nunca cicatrizar. Talvez o pássaro libertado nem imagine o rastro de intensa amargura que ficou para trás. O ninho destruído grita a punhalada da indiferença, carece de quem alçou voo sozinho procurando perspectivas e horizontes.

É impiedosa a falência do amor, só os desprezados conseguem conceituar adequadamente o significado de perder o que julgavam ser eterno. Seu pranto decerto fale mais alto que as palavras. Lógico, temos o outro lado da moeda, a só que conclui ter se libertado das amarras daquele compromisso doravante desagradável.

Nele reina o sorriso e a utopia de que o próximo relacionamento será realmente para sempre, sem pensar na probabilidade de a novidade a seguir terminar sendo um tiro no escuro. Como foi antes na primeira união, delimitando a fragilidade das paixões humanas.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 04/11/2024
Código do texto: T8189697
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