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Por onde andei que não estou me reconhecendo?

Olho bem e delineado no espelho encontro sutil forma a me acenar com tristeza.

Pergunto a essa Mulher o que ela deseja.

Ela silencia e aguardo.

O silêncio é profundo .

°°°°°°°°°°°°°°

Porque é devastador ir ao reencontro da verdade ?

O frio é intenso e isso apesar de tudo me revigora.

Névoas com quase certeza de aguaceiro me aguarda lá fora.

Mesmo assim coloco um casaco , chave nas mãos saio a caminhar .

Não importa que aqui fora esteja quase deserto.

Afinal é final de uma tarde de domingo.

Ouço algumas canções ao longe.

Até os pássaros de aquietaram cansados da "correria" por um abrigo.

O alvoroço das aves sinalizam o aguaceiro distante.

Que importa?

Estou comigo.

Mãos nos bolsos do sobretudo, caminho.

O vento frio gela a ponta de meu nariz.

Caminho...

As sombras descem e a minha, desaparece.

Os rostos que encontro são silenciosos.

Nada dizem os seus olhos e seus lábios estão mudos.

Silencio a mente.

Mentira..

Não consigo aquieta- la.

Afinal, o que busco com tamanha intensidade?

O que estarei buscando que não encontro?

Uma voz interior me diz que devo me revelar.

A quem?

Porque?

Para que?

Essa água gelada que está vindo em minha direção parece Alguém caminhando devagar e quando chegar vai me ensopar.

As primeiras gotas ☔ de chuva vieram me buscar.

Avisaram- me que devo retornar.

°°°°°°°°°°

Cheguei!

Tirando o sobretudo, percebo que não me molhei.

Volto ao espelho e lá do outro lado vejo a Mulher que ficou esperando por mim .

Afinal reconheço que choveu muito em seus olhos.

Será por quê

?

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Berta Novick
Enviado por Berta Novick em 03/11/2024
Reeditado em 03/11/2024
Código do texto: T8188844
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