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Por onde andei que não estou me reconhecendo?
Olho bem e delineado no espelho encontro sutil forma a me acenar com tristeza.
Pergunto a essa Mulher o que ela deseja.
Ela silencia e aguardo.
O silêncio é profundo .
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Porque é devastador ir ao reencontro da verdade ?
O frio é intenso e isso apesar de tudo me revigora.
Névoas com quase certeza de aguaceiro me aguarda lá fora.
Mesmo assim coloco um casaco , chave nas mãos saio a caminhar .
Não importa que aqui fora esteja quase deserto.
Afinal é final de uma tarde de domingo.
Ouço algumas canções ao longe.
Até os pássaros de aquietaram cansados da "correria" por um abrigo.
O alvoroço das aves sinalizam o aguaceiro distante.
Que importa?
Estou comigo.
Mãos nos bolsos do sobretudo, caminho.
O vento frio gela a ponta de meu nariz.
Caminho...
As sombras descem e a minha, desaparece.
Os rostos que encontro são silenciosos.
Nada dizem os seus olhos e seus lábios estão mudos.
Silencio a mente.
Mentira..
Não consigo aquieta- la.
Afinal, o que busco com tamanha intensidade?
O que estarei buscando que não encontro?
Uma voz interior me diz que devo me revelar.
A quem?
Porque?
Para que?
Essa água gelada que está vindo em minha direção parece Alguém caminhando devagar e quando chegar vai me ensopar.
As primeiras gotas ☔ de chuva vieram me buscar.
Avisaram- me que devo retornar.
°°°°°°°°°°
Cheguei!
Tirando o sobretudo, percebo que não me molhei.
Volto ao espelho e lá do outro lado vejo a Mulher que ficou esperando por mim .
Afinal reconheço que choveu muito em seus olhos.
Será por quê
?
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