Sensibilidade

Acusaram-me de ser sensível em excesso. Confesso-me culpada. Exagero em algumas ocasiões. Por vezes a culpa não é minha, os hormônios deixam meio louca uma mulher, então, surto uns dias a cada mês. Voltei a exagerar: não chego a surtar. apenas fico ofendida com mais freqüência. Irrito-me com mais facilidade. Esqueço onde guardei chaves ou outros objetos. Coisas assim. Fora desse período continuo sensível. Choro com extrema facilidade. Sou a própria manteiga derretida. Acostumei-me a ver associada a mim a sensibilidade e se esta tem um lado meio dramático e sofrido, tem também sua face positiva. Leio bem nas entrelinhas. Gosto de carinho. Perdôo com facilidade. Vejo o mundo ao meu redor com mais tolerância e recebo o bem que me fazem com alegria, fazendo questão de dizer ao benfeitor. Meus sentidos são mais alertas. Os cinco: tato, paladar, olfato, audição e visão. Juntos eles me trazem o mundo. Juntos eu os recebo com o sexto sentido, aquele que mora em minha alma e que me faz viver com intensidade as boas coisas da vida. Todas elas! Ré confessa, dispenso a pena, pois já a cumpro nos desenganos quotidianos. No mais , aproveito cada momento de alegria e prazer com intensidade.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 15/01/2008
Código do texto: T818730
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.