O SENHOR FEZ EM MIM MARAVILHAS

O que teria sido de mim, se Deus não tivesse sempre operado maravilhas em minha vida?

Só viver já é um dom que devemos agradecer a cada momento.

E nesse viver, suas maravilhas acontecem, todos os dias, sem que nós percebamos, devido às preocupações humanas.

Todo dia o sol se põe sobre nós, trazendo a noite, repleta de fulgor e beleza, na qual encontramos paz e repouso para recompor nossas forças. E esquecemos de agradecer.

Pela manhã o sol se levanta, inundando o mundo com luz e calor, como dádiva divina. É um milagre diário, a que estamos acostumados, e, embora seja por demais grandioso, nossos olhos não veem, nosso coração não se emociona.

Somos seres autônomos, não máquinas que são ligadas e desligadas. Alguém nos deu a capacidade de viver, pensar, agir e sentir. E fazemos isso, instintivamente, sem notar que nada é por acaso. Tudo foi premeditado e criado para sermos obra prima do universo. Mas não somos um quadro magnífico, porém não autônomo, que não sabe reconhecer a sua beleza. Nós somos a obra viva, que, nem sempre, louva o seu criador.

Fomos dotados de uma inteligência esplêndida, que nos fez evoluir, das cavernas às estrelas, porém, como não reconhecemos a mão do Criador, nos autodestruimos e mutilamos nossos semelhantes, perdendo a imagem e semelhança daquele que nos criou.

Todos os dias acordamos, respiramos, vemos, andamos, sonhamos e agimos, sem perceber que tudo isso é dom, nada é nosso, é presente divino, dado a seres, quase sempre ingratos.

Nascemos com uma ansiedade que nunca se sacia, posto que foi plantada em nós por Deus, como um imã que nos atrai em sua direção. Nenhuma, das realizações humanas, nos satisfaz plenamente, pois só em Deus, encontramos o ideal, para o qual fomos plasmados.

E assim caminha o homem, do alvorecer ao entardecer da vida, perfeito em sua criação, ora reconhecendo as maravilhas com que Deus o dotou, ora se endeusando, sem perceber que, sem o sopro divino, é apenas barro nas mãos do oleiro.