POR QUE RAMABLIG?
O mosaico formador das razões a que recorro aglutina o tempo, as eras, o passado e o agora. Talvez possamos afirmar que tudo se enquadra apenas nos quadrantes do tempo, porém ele se fragmenta no decorrer de nossa existência deixando pequenas marcas indeléveis, daí a divisão. Embora tenha a mesma equivalência, vale dividi-lo com o precípuo intuito de completa compreensão.
Em assim sendo, principio a argumentação esclarecendo alguns pontos sobre a travessia do bullying a que fui obrigado. Sim, também fui alvo desse comportamento abjeto quando garoto. O motivo? Meu enlevo com os livros, a escrita e a literatura em geral. Não sei se aconteceu com outros beletristas, poetas e escritores, comigo sem dúvidas foi real e marcante. Amando ler e escrever, a maior parte dos meus dias infantis e juvenis, continuando na maturidade, passei e passo lendo e escrevendo. Dedicação às lides das letras é realmente compulsivo em mim, algo oriundo do recôndito d'alma, sou levado a trilhar o universo da imaginação por um impulso incontrolável que virou agradável vício.
Em razão de ter essa característica incomum num bairro onde a meninada só queria brincar e se divertir, achavam-me esquisito, diferente, e os diferentes geralmente são tratados com ironia e desprezo. Acredito ter sido até odiado por sonhar com a possibilidade de me tornar um escritor. Por óbvio, jamais me abalou ser ignorado pela turma da infância e da juventude, meu sonho sempre foi mais importante.
Após ser admitido no grupo de escoteiros de minha cidade, movimento que sempre admirei por seus ensinamentos, conselhos, orientações e cidadania, senti a necessidade de criar um jornalzinho mural com notícias sobre nossas atividades, crônicas diversas etc. Devido a minha timidez e motivado pela presença no escotismo de jovens que sabiam de meus anseios literários e, por isso mesmo, troçavam de mim desde priscas eras, achei por bem utilizar um pseudônimo para não ser identificado. Coisa dos tímidos vítimas de gracinhas dos tolos. Optei por usar Ramablig (Gilbamar ao contrário, se vocês repararem).
Muitos anos à frente, já adulto, casado e com filhos, alguns livros publicados, prêmios literários conquistados, prossegui alimentando o sonho do reconhecimento na área da literatura. Escrevendo em jornais, no Recanto e no Facebook entre outras publicações físicas e virtuais. Há uns três anos, em virtude de mudanças técnicas o Facebook exigiu que eu fizesse determinados comandos no meu perfil Gilbamar de Oliveira Bezerra, sob pena de ter minha conta bloqueada na plataforma.
Por várias vezes tentei atender as determinações da rede social, mas infelizmente não consegui. Por conseguinte, bloquearam meu perfil no Facebook. Apesar de frustrado porque muitos trabalhos de.minha autoria estavam lá, abri outra conta agora com o pseudônimo de Ramablig (Gilbamar lido ao contrário) Andrey ( sobrenome fictício e aleatório). Pronto, aí está o motivo de ser Ramablig Andrey o nome no perfil do Facebook, mas assinando as crônicas que escrevo com o meu nome verdadeiro Gilbamar de Oliveira Bezerra. Só isso.