A SOBERBA E O ECO DA SOLIDÃO - Por José Geraldo de Paula
A soberba, aquela faísca de vaidade que inflamamos dentro de nós, ergue-se como uma muralha entre as pessoas, criando um abismo onde se refugia a solidão. Em busca incessante por reconhecimento, o soberbo se isola em sua própria grandiosidade, esquecendo que, por trás de seu ego inflado, reside uma essência humana repleta de fraquezas e vulnerabilidades.
Historicamente, a soberba pauta tragédias que nos ensinam que, apesar de nossas conquistas, nada é mais valioso do que as conexões genuínas que cultivamos. Na atualidade, onde a competição e a aparência dominam, essa ostentação da superioridade é socialmente validada, tornando a humildade um ato de rebeldia.
A verdadeira grandeza não está em se colocar acima, mas em reconhecer nossa pequenez diante da imensidão que nos rodeia. A aceitação das nossas imperfeições é o primeiro passo para um mundo mais empático, onde a verdadeira força se revela na capacidade de se conectar ao outro, irmanando-se na nossa humanidade comum.
Caminhando entre as árvores, um sábio observou os pássaros que, alheios a qualquer vaidade, cantavam suas canções nas primeiras horas do dia. Eram humildes e ao mesmo tempo grandiosos em seu livre arbítrio. Eles não se preocupavam com a grandeza de seu canto, mas com o simples ato de expressar a alegria de estar vivo. E esse, pensou o sábio, é o antídoto contra a soberba: a humildade.
José Geraldo de Paula – outubro/2024
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