De Última hora
Alberto apaixonado levou a namorada em sua casa.
Lá apresentou-a a sua avó e mãe, com o pensamento de casar, visto que no dia anterior, na praia do Cruzeiro, ele propôs levá-la pra outra cidade, o que ela aceitara na condição deles irem casados.
Sem saber como dizer, até porque eles tinham pouco tempo juntos, a priori apresentou-a como namorada - noiva.
O que ele nunca imaginaria era que o imprevisto, quem sabe um aviso chamado Cláudia, sem mais nem menos iria aparecer, como de fato aconteceu.
Diria o tempo sem resposta sensata:
- É isso mesmo, que tu queres pra tua vida?
Naquela sexta-feira, a noite, cuja lua acanhada se perderá atrás das nuvens, onde os namorados- noivos ainda se conhecendo, se postavam num ambiente monótono e insensato, Cláudia, então inoportuna e desavisada chegou, com toda a sua alegria festiva, com toda sua beleza nativa, oriúnda da essência originária da cidade, com toda simplicidade e sedução, maliciosamente ingênua, a envolver a todos, que já a conheciam. Dizendo indiretamente com sua presença a ele, quão absurdo e imaturo ou precipitado era a sua intenção com a outra moça.
A princípio, ele , nitidamente ficou atordoado, pois tinha por Cláudia uma afinidade afetiva mais amadurecida. Tão claro, que deixou de lado a namorada- noiva, para dar a devida atenção a Cláudia. Pois assentou-se a beira da cama, distraído com um álbum de família a mostrar a Cláudia, ficou por horas. Enquanto que Lucília era entretida por Dona Maria, a mãe e sua debilitada avó, na rede, com conversas de praxe.
No tempo de um segundo, ele sentindo o coração entermecer, no qual querer; já se embandeirava pro lado de Cláudia, que constrangida com a presença da outra moça, que a fitava já rivalizando a atenção, categoricamente falou:
- Bem, acho que já fiquei tempo demais. Agradeço a atenção de todos, mas é tarde e tenho que ir. Vim aqui apenas saber notícias do meu amigo, que por hora já as tenho.
Se despedindo de todos, pra alívio de Lucília, confusão na cabeça de Alberto e tristeza das duas senhoras, ela ia saindo, quando o inesperado aconteceu, dito pelo rapaz:
- Você já vai?... Então te levo até a parada.
No interstício do espaço, a incógnita de um por que, ficou na sala, que por um segundo, a insanidade não permitiu passar. Pois talvez, se o rumo fosse o indicado, o destino de Alberto fosse menos tortuoso.
Foi quando Lucília, percebendo algo a acontecer disse:
- Amor. Eu vou com vocês.
Sendo o suficiente pra penhorar o presente ao futuro incerto.
Sem dizer nada, ele abriu a porta, pra Cláudia, que em seu íntimo queria a presença apenas dele, mas se rendeu ao fato de estar ali o futuro precipicio de Alberto.
No caminho a parada ele agarrado por sua futura esposa, caminhava ao lado da amiga, cisma de namorada a dizer, sob ditadura, palavras sem sentido ao vivido naquele momento:
- Cláudia você está em avaliação?
Ela sem entender muito bem, respondeu:
- Não. Por enquanto estou ao léu.
Quando mal chegaram a parada, o ônibus, como obedecer as orações do constrangimento vinha chegando e ela embarcou sob um abraço desconcertante do amigo dizendo:
- Adeus...Até por aí.
Não contente o imprevisto afiançou um último rogo, que foi um discreto cruzar de olhar de Cláudia pelo vidro traseiro do lotação ao encontro do olhar de Alberto, que sob os dominios alheios, como último aviso não foi bem traduzido.
E o amor mais uma vez, se perdeu na imaturidade dessa vida que segue fazendo vitimas no corredor do sofrimento.