ANJO DA DESOLAÇÃO

Francisco de Paula Melo Aguiar

Até que enfim a democracia que temos nos obrigou a concorrer e a competir mais uma vez, onde às roupas sujas foram lavadas dos bons e dos maus candidatos em todos os becos e vielas das comunidades e meios de comunicações até então conhecidos.

Os shows com cantores e bandas famosas nacionais para encher às praças do povão foram dispensados legalmente, porque às figuras concorrentes e competidoras foram às ruas, praças e avenidas o tempo todo com seus apoiadores "espontâneos", a exemplo de "perus" de festas que morrem na véspera do grande dia festivo.

Todos deram tapa na cara e a cara a tapa.

Agora os problemas do povo foram todos resolvidos com o fim da campanha eleitoral da situação ou da oposição, porque "os homens nunca sentem remorsos por coisas que estão habituados a fazer", segundo o escritor, historiador e filósofo iluminista francês Voltaire (1694-1778).

Hoje, o dia seguinte ao pleito, o voto contado versus o palanque desarmado, quem ganhou está rindo à toa e quem perdeu ainda não se achou ou se encontrou, está triste como anjo desolado sobre a sepultura de quem ali não está mais.

A política é e continuará sendo a mesma de sempre, agora tem início o tapetão na Justiça Eleitoral, onde os perdedores procuram encontrar os votos perdidos para manter a chama da democracia dos seguidores de todas ideologias de plantão interminável já visando a próxima eleição.

E isso é puro consolo para seus eleitores que não terão sobras do fundo partidário eleitoral a receber ou a prestar contas.

A democracia não ficou para eleger os bons e ou os maus, ficou para tirar um e botar outro melhor e ou pior do que o que aí está.

É melhor a batalha do voto do que a batalha do cacete ou do ferro frio ou do ferro quente ou da fumaça, como era até pouco tempo, salvo melhor ou pior juízo.

A política é análoga a droga, porque o drogado nunca se sente saciado, assim como o bêbado profissional que bebe para dormir e acorda para beber.

A política é uma loucura sem loucos.

Os meios de comunicação estão procurando o que comunicar ao povo na televisão aberta e nas emissoras de rádio, porque às redes sociais estão maiores do que se pensam e já não precisam de tais tecnologias do presente ultrapassado passado.

Enfim, entre mortos e feridos, todos estão vivos para votar nos santos e nos diabos do povo santo e pecador nas próximas eleições.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 28/10/2024
Reeditado em 28/10/2024
Código do texto: T8183730
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