O desejo de ser amado absolutamente!
O desejo de ser amado absolutamente!
Minha falta de assunto é indício, quase artificio defensivo, a indescritível vontade de ser reconhecido, de ser amado absolutamente!
O alucinar, psiquiátrico e não psiquiátrico, realiza o desejo, a esperança, a ilusão do ser vivo, naquilo que é irrealizável, ser absolutamente amado.
Só é possível ser amado absolutamente de maneira alucinatória.
A alucinação sustentável para a realização do desejo de ser amado absolutamente é a mamadeira e o Cristianismo, a religião.
A realização psiquiátrica do desejo de ser amado absolutamente, se realiza, mas a um custo altíssimo, a liberdade, até a liberdade de sofrer por não ser amado absolutamente...
O cotidiano, costuma passar alheio a indagações tão íntimas, profundas e, nem todo o tempo, o tempo inteiro, se está tendo consciência que as pequenas amarguras, dissabores, manias, fobias, vícios variados, estão em conexão com algo tão íntimo e ao mesmo tempo tão inatingível, a impossibilidade de ser amado absolutamente.
É claro que o aparelho mental, em sua função de proteção da sobrevivência, mantém esta necessidade sob o efeito da repressão e, não raramente, em situações clínicas, é possível entender a pequena amargura, o dissabor, a mania, a fobia, o vício, como meramente o desejar, o esperançar, o ilusar de ser absolutamente amado.
Mas, a mente é sábia, ela sabe não ser possível, para a mente, ser absolutamente amado, então é preferível uma Antarctica, depois do cansaço da fazenda, daquela dor nas costas, um paliativo, ao desejo, à esperança, à ilusão de ser amado absolutamente, mais desejável, longe da alternativa psiquiátrica!