ARRUFOS ENTRE NAMORADOS OUVIDOS ALEATORIAMENTE
Há muitas circunstâncias em sociedade em que qualquer pessoa atenta pode perceber, observar, sem o mínimo interesse e objetivo de ser enquadrado como bisbilhoteiro. Estou me referindo a alguma cena em que duas ou até mais pessoas se excedem no modo de se comportar ou falar, o que chama a atenção de qualquer pessoa que estiver nas proximidades.
Então foi, mais ou menos, algo deste tipo que presenciei ontem e resolvi registrar aqui sem expor, obviamente, os autores do ocorrido, o que não vem ao caso. Praticamente, pra começo de assunto, chegamos simultaneamente ao mesmo ponto de ônibus e logo já percebi que a jovem que acompanhava o seu par, evidentemente o seu namorado ou amigo muito próximo, era um tanto desprovida de alguma gentileza, para não dizer até, boa educação. Julguei assim, Deus vai me perdoar, porque como havia só um lugar disponível para se sentar naquele banco ela imediatamente o ocupou sem se preocupar em dar preferência para uma pessoa bem mais idosa do que ela, no caso, este que escreve o ocorrido. Percebi a falha ou gafe, mas relevei e fiquei ali sem me preocupar. Só que que a conversa daquele casal transcorria de maneira fora do comum e até sem muita coerência ou nexo que acho que ninguém ali se envolveu em prestar muito a atenção naquelas vulgaridades. Ora um falava de ciúme doentio de alguma parte, ora de falta de confiança entre os dois e tudo entre risadas fora do contexto e com intenção de chamar a atenção, o que estavam conseguindo, sem dúvida, sem lucro nenhum, diga-se de passagem. Logo percebi que aquele tipo de conversa ia longe e não daria em nada. A crítica recíproca rolava solta entre ambos que, a estas alturas eu já estava achando que pegaria o primeiro ônibus que aparecesse ali para continuar a minha leitura de um livro mais tranquilamente. Graças a Deus, só foi pensar nesta hipótese, eis que aparece o ônibus certo que ia pegar e entrei. Depois que passei a catraca, quem vejo entrando logo depois no mesmo ônibus? Você, leitor (a), no mínimo acertou: aquele dito cujo casal que continuava trocando farpas e arrufos sem noção. Ainda bem que no terceiro ou quarto ponto, tive que descer e eles seguiram alugando ou não os ouvidos dos outros passageiros. Cada um, cada um.