O que é a morte? O que acontece na hora da morte? Essas perguntas são frequentes ao longo dos séculos, mas infelizmente ainda não existe uma resposta definitiva para elas, porque a experiência é individual, pois depende da vida de cada um. A morte é o nosso maior mistério, a única certeza que temos na vida e ninguém sabe quando vai morrer.

          Por que as pessoas tem tanto medo da morte? Simples: é um momento desconhecido que nos causa medo por não termos a certeza do que vamos encontrar pela frente. Existem várias maneiras de deixar o corpo fisico e como um humilde estudioso da doutrina espírita, posso afrimar: a morte é fácil, o difícil é morrer. Algumas pessoas sofrem muito e a morte torna-se um processo doloroso, mas ao morrerem, não há dor ou qualquer desconforto, a não ser que tiremos nossa própria vida.

         A agonia da minha mãe durou trinta dias no hospital e três anos do câncer. O paradoxo da história é que nesses três anos, ela nunca sentiu nenhum dor. Nada. Os médicos ficavam sem entender como ela não sentia nenhuma dor. Um dia no hospital, eu estava sentado ao seu lado e de repente ela começou a falar olhando para a parede. Por um momento achei que fosse comigo, mas logo cheguei a conclusão que não. Ela falava com espíritos que estavam no quarto e demosntrava estar muito feliz por eles estarem lá. Disse repetidas vezes que os amava. Sendo espírita, entendi que a espiritualidade preparava minha mãe para o seu desencarne e aqueles espiritos viriam lhe buscar. A felicidade dela virou o meu consolo por saber que ela estaria cercada de pessoas queridas na sua partida. Liguei para minha irmã e disse: nossa mãe não sai mais desse hospital. Pode se preparar para a partida dela. Dez dias depois ela partiu.

          Entendo que após a morte a vida continua e ter essa certeza vai me ajudar muito quando chegar a minha hora. Minha mãe também era espírita, então quero acreditar que ela não teve dificuldade em aceitar o seu desencarne. Os espíritos que ela viu no quarto do hospital com certeza os ajudaram a voltar à pátria espiritual. Isso conforta meu coração até hoje. Sempre que faço minhas orações, rogo a Deus que ela esteja bem e cercada de pessoas queridas.

          Um dia, vou partir também e sempre peço as pessoas que gosto, que não chorem e orem para que eu consiga captar as boas energias que as orações transmitem. Não quero tristeza e espero que pessoas queridas venham me buscar. Desejo enfrentar esse mistério que é a morte com a certeza de que não é o fim, mas apenas uma pausa para um próximo recomeço e um novo caminho para a evolução do meu espírito.

José Raimundo Marques
Enviado por José Raimundo Marques em 24/10/2024
Reeditado em 24/10/2024
Código do texto: T8181340
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