"NECESSIDADE". "ENSAIOS DA ALMA".

NECESSIDADE.

O alimento comum frequenta o prato das necessidades. Elas são mínimas ou extravagantes. A menor é a que sacia a fome, a maior o acúmulo indevido. Esse reside em ser o absolutamente desnecessário de quem retira o necessário de quem necessita o mínimo.

O muito de poucos sempre foi na história o nada de muitos.

O pensamento revoluciona as gentes por pretender uma ordem natural de direitos instalada. Mas nenhum eco se ouve com força para recusar o desnecessário. Muitas voltas são dadas e estamos sempre no mesmo lugar. Com aumento de povos e produtos, sempre ausente o único meio da dignidade resta, o alimento comum da necessidade dividido com justiça, sem arroubos do trancamento da liberdade, o maior bem humano. Sem liberação da selvageria consumista, “solução” que também não soluciona.

Ouçam-se os historiadores, verifiquem-se os movimentos da liberdade; lá estará a necessidade.

Assim torna-se alimento comum a necessidade humana, as legítimas e as ilegítimas, estas quase sempre empunhando a força, não só armada, mas de segregação da vontade, capciosamente, em urdiduras conhecidas dos mais aparelhados em retirar pela ditadura da vontade o que seria direito natural.

Ideias são fictas, necessidade é realidade.

A história tem ensinado que a harmonia não está em subtrair liberdades a qualquer preço, nem a necessidade pode ser mecânica de envolvimento político da vontade de quem necessita e é enganado.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/10/2024
Reeditado em 24/10/2024
Código do texto: T8181167
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