O APAGÃO MENTAL DE UM REPÓRTER
É verdade que todos nós estamos sujeitos a fazer alguma pergunta sem nexo enquanto conversamos com pessoas conhecidas, vizinhas ou familiares no nosso cotidiano. Ninguém está isento desta gafe. Quando dá tempo para se corrigir, ainda bem, que fica o dito pelo não dito e ninguém fala mais nisto. Agora, quando uma pergunta sem nexo parte de um repórter que trabalha na televisão e está ao vivo, neste caso só podemos mesmo é lamentar e, ao mesmo tempo, relevar, pois errar, esquecer, cometer gafe, etc. qualquer um está sujeito a isto.
Aconteceu naquela semana do apagão que assolou alguns bairros de São Paulo. A correria dos meios de comunicação em busca de audiência foi feita, literalmente, às escuras. O objetivo era mostrar os inúmeros transtornos que as famílias e os comerciantes estavam enfrentando com a falta de energia por causa do forte temporal que derrubou várias árvores, transformando a vida de muitas pessoas num autêntico caos.
E numa destas afoitas entrevistas, um repórter em plena entrevista ao vivo escorregou numa pergunta, que até a pessoa entrevistada ficou sem entender nada e só não riu porque a situação era muito trágica mesmo. Um senhor de 70 anos contava que naqueles dias de apagão, devido a sua visão recém-operada por causa de uma catarata, só enxergava alguns vultos, ou seja, tudo para ele estava embaçado, ao mesmo tempo que lamentava o desespero dos seus familiares dotados de visão normal, tentando sobreviver aquele momento de grande transtorno, etc. Até aqui, tudo bem. Aquele repórter poderia ter agradecido pela entrevista e colocado um ponto final, porém, ele tinha uma pergunta final que não queria calar e soltou esta pérola: Se antes, durante o dia ou com a iluminação normal o senhor só via o vulto das pessoas e coisas que estivessem próximas, e agora, com este apagão?
- Com este apagão, meu filho, quem é que consegue ver algo à sua frente?
Corta......