Encontrei no Face
No dia 21 de abril de 1972, pela primeira vez vejo a mulher que está comigo até hoje. Já se passou quase meio século.
Lembro-me como se fosse hoje. Ela, acompanhada de uma jovem, estava na antiga rodoviária de Florianópolis. Não vou detalhar o que aconteceu durante o percurso do ônibus até Joinville, pois os pormenores estão na crônica “O ônibus do amor”.
Eu seguia para a “Cidade das Bicicletas” onde cursava minha instrução na faculdade. Ela estudava e trabalhava na “Manchester Catarinense”.
A adolescente, bem mais jovem que ela, Madalena, é uma das duas personagens dessa história.
A outra, conheci uns seis meses depois. Era amiga da, hoje, minha esposa, e saía com ela para se divertirem.
Regina Célia, ou simplesmente Regina, bem alegre, fazia companhia para nós quando íamos aos bailes, cinemas e quermesses.
Encontrei ambas no Facebook. Primeiro a Regina e em seguida a Madalena.
Com a Regina foi um acontecimento fortuito. Estava percorrendo algumas fotos antigas e quando a vi, fiquei curioso em saber como e por onde ela andava. Procurei na mídia supracitada e a encontrei.
Ainda bem que o Face, como é popularmente conhecido, não serve somente para assuntos banais. Trocamos mensagens e prometemos nos encontrar e lembrarmos os bons tempos que passamos juntos.
A Madalena morava no orfanato onde minha futura namorada e esposa trabalhava. O Lar Abdon Batista, nome do orfanato, estava no Facebook. Acessei-o e encontrei Madalena, procurando uma amiga daquele tempo e citando que mantém contatos com as irmãs, Júlia, Janete e Jacira. Essas três irmãs, coincidentemente, têm o meu sobrenome. Além das manas, citou também a Paulina. Todas as quatro meninas, hoje mulheres, eram nossas colegas para as idas ao Salão Cruzeiro participar dos soirées dos domingos à tarde, as conhecidas domingueiras.
Desde 1975, quando me formei e me mudei para a capital do estado, nunca mais as encontramos.
Temos saudades de todas as amigas daquela época e um dia acabaremos com a tristeza de não termos nos encontrados há mais tempo.
Aroldo Arão de Medeiros
01/04/2006