PREVISÃO

São inúmeros os sinônimos desse substantivo, todos eles na direção de que, baseado em fatos ou suposições podemos antever os acontecimentos e antecipar as ações a fim de minimizar os problemas eventualmente decorrentes da concretização dessa antevisão, ou para criar as condições necessárias para que a previsão se realize, tanto na vida particular dos indivíduos, das empresas ou do Estado como órgão gestor da comunidade.

Prever por achismos, dificilmente a previsão se realizará, mas existem as técnicas e os métodos pelos quais se pode, quase sempre, acertar, principalmente se depender exclusivamente de nossa determinação.

Estabelecer metas e definir prazos e ações para os próximos 5, 10, 15 anos, quanto a aquisição de bens, viagens, investir ou poupar, definir rendimentos futuros, graduar-se na profissão dos sonhos, galgar os mais altos postos no trabalho, constituir família...

Dias atrás tivemos um caos social provocado por tempestade completamente fora dos padrões considerados normais para essa época do ano, possivelmente motivada pelas alterações climáticas pelas quais nosso planeta está passando.

O serviço de meteorologia do Brasil possui computador de alta definição que ao processar as informações recebidas das diversas estações é capaz de prever, com razoável regularidade, o que vai ocorrer nas próximas horas e, se nada se alterar, na semana, no mês, na estação, etc.

É preciso que tenhamos em mente que previsão meteorológica, 99,9% confiável, deve ficar restrita às próximas duas horas dado o intrincado número de fatores que determinam as alterações desde o solo até as mais altas camadas da atmosfera.

E como na natureza, nada é estável por muito tempo, as previsões de longos prazos, são na realidade palpites com alguma base científica, mas sem a responsabilidade de ocorrer.

Foi o que aconteceu no final da semana passada.

Moveram-se mundos e fundos para evitar o caos da semana anterior quando ocorreram chuvas torrenciais, alagamentos, rajadas de ventos que derrubaram árvores sobre a rede elétrica e os cidadãos tiveram prejuízos incalculáveis com o corte no fornecimento da energia elétrica que, em alguns pontos, injustificadamente, ainda não está regularizado.

Ficaram de prontidão as equipes de socorro das concessionárias de energia elétrica, da Defesa Civil do Estado e dos Municípios que, idealmente estariam sob a ação deletéria da frente fria que se dissipou antes dos efeitos maléficos anunciados pelos “especialistas”.

Houve o abaixamento na temperatura, aumento da umidade relativa, mas a chuva (pelo menos no bairro onde moro) caiu mansa e o vento, salvo algumas lufadas mais significativas, comportou-se educadamente.

Nada do que havia sido anunciado se concretizou.

Há duas alternativas para essa frustração:

- ou o poder público maximizou as informações para que a população evitasse exposição desnecessária às intempéries;

- ou o universo de dados para análise do megacomputador, talvez tenha sido destorcido por ser coletado em estações antigas, com os níveis dos parâmetros desatualizados ou ruídos nas transmissões dos dados.

O que preocupa nessas frustrações é que o descrédito, que já existe na população, tende a aumentar e levar a desastres se as recomendações dos órgãos de proteção social não forem cumpridas quando as intempéries ocorrerem de fato.