Democracia e eleição!
Democracia e eleição!
Hoje, no meio do caminho, não encontrei uma pedra, mas, ainda, o pensamento vagabundeando pelas questões democráticas e eleitorais.
Democracia é sistema de governo, modo de vida evoluído, necessita de pessoas, instituições com elevado nível de maturidade emocional, social e política.
Relembrei que aprendi com a Psicanálise, que o instituto da eleição tem um quê de irracionalidade. O adjetivo, irracionalidade, nada tem de pejorativo, apenas assinala um modo característico de funcionamento da instituição, em que não estão presentes avaliação racional, julgamento moral. Tampouco existe preocupação ética, ordenação espaço-temporal e, embora eu não concorde, não segue a lógica.
Eleição segue sim uma lógica, eleição é puro interesse!
A irracionalidade é a maneira de funcionar da mente nos primórdios do seu aparecimento, quando se é bebezinho e se mantém intacta nas entranhas do inconsciente, o tempo inteiro infernizando a vida de psicanalistas, procurando entender o seu significado. Em época de eleição, a irracionalidade, volta a manifestar, deixando atônitos analistas eleitorais, motivando discursos políticos falaciosos, eleitores iludidos, justificando o engodo da escolha do seu candidato!
Eleição é irracional quer dizer que ela segue o processo primário, o termo psicanalítico que corresponde a tudo que falei acima, inclusive a ausência de lógica, razão da minha discórdia.
O inconsciente tem sim uma lógica – o puro interesse.
A eleição é irracional, tem um quê de inconsciência, mas tem lógica - o puro interesse.
O vagabundear dos meus pensamentos serve para resolver uma velha questão surgida antes de Pelé, talvez acirrada por ele: “pobre não sabe votar”.
Não é que o pobre não sabe votar, o caso é que os pobres e os ricos, os analfabetos e os letrados, todos votam segundo o processo primário, irracionalmente, por puro interesse!