Falar de amor
 Eu vivo dias ligado numa maneira de dizer que te amo.
Tem dias que passo horas triste, sozinho.
Viajo para os sonhos da infância.
Me entrego nos versos, conto história.
Conto estrelas.
Mas qual o que?
Você tem o frágil hábito de misturar tudo.
Falar de amor, não é necessariamente uma cantada.
Amar não é sedução, amar não é galinhar...
Amar é cultuar o bem.
É dar condições para as coisas boas vibrarem, quer sejam reais quer sejam sonhadas, aspiradas, ilusórias ou fantasiadas, entronizando o bem, buscando e valorizando o bom de cada coisa, de cada um, de cada situação e em cada pessoa, cultuar o amor.
Amor não tem nada a ver com sexo.
Muito menos com opção sexual.
Cuidar da saúde, do corpo, do dinheiro, não tem nada a ver com amor, isso é zelo.
Amar é doação.
Quando num relacionamento, a doação e a valorização do bem são grandes, mutuamente aceitas, aí acontece a entrega do máximo possível de cada um: seus corpos.
Chega-se então ao sexo.
Se você invade a privacidade, invade email, invade celular, fuça em agenda, protesta em cada ação, isso não é manifestação de amor.
Alimentar a curiosidade, dar corda a ciúme, empanar traço possessivo de personalidade, não está alimentando o bem comum.
Não está cultuando o bom.
Não está fazendo amor.
Fazer amor, não é fazer relação sexual.
Sem sexo, pode-se amar muito mais.
Augusto Servano Rodrigues
Enviado por Augusto Servano Rodrigues em 15/01/2008
Reeditado em 15/01/2008
Código do texto: T817888
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