Um legado inesquecível

Foi um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade, foi assim que Neil Armstrong anunciou a histórica caminhada lunar em 20 de julho de 1969. Aquela pegada de Buzz Aldrin na lua foi um feito e tanto.


Aliás, durante seus doze anos de operação desde o anúncio de Kennedy em 1961 até o derradeiro pouso na Lua, em 1972, o Programa Apollo consumiu muitos recursos públicos num esforço hercúleo que envolve mais de quatrocentos mil profissionais, além de muitos contratos e milhares de encomendas tecnológicas feitas a empresas e universidades norte-americanas.


Praticamente tudo que fora usado nas viagens à Lua, desde a sola da bota dos astronautas até os computadores de bordo e o sistema de comunicação do Módulo Lunar, foi melhorado de alguma forma antes de ser finalmente lançado ao espaço sideral.


Mais de meio século depois, as pegadas deixadas permaneceram visíveis não somente na superfície lunar como representou o DNA de inúmeras tecnologias que hoje usamos no nosso cotidiano, onde listam-se os aspiradores de pó, tênis de corrida, telefones celulares a até máquina de ressonância magnética.

 

Apesar de que os motivos que tanto impulsionaram o esforço norte-americano de chegar ao satélite, antes dos soviéticos (na década de 1960) tenha sido geopolíticos, sendo ainda um desdobramento da Guerra Fria, as armas que garantiram tal conquista foram as ciências, a tecnologia e a engenharia acopladas a uma enorme capacidade de gestão, segurança e articulação política.

 

Para a ciência no mundo foi um salto gigantesco e gerou frutos em todas as áreas do conhecimento. Afinal com a tecnologia existente na época, parecia ser um verdadeiro delírio chegar até a Lua. Mas em momentos de desafios árduos que os grandes progressos tecnológicos surgem. Cumpre recordar que a computação era algo mui primitivo naquele tempo e a maioria dos cálculos, desenhos e projetos precisavam ser feitos à mão.

 

Os atuais smartphones que atualmente são usados não seriam possíveis sem a Apollo 11, além da tecnologia de comunicação wireless, desenvolvidas para se comunicar com os astronautas e monitorar sua saúde no espaço. Ou ainda nas técnicas de congelamento e desidratação de alimentos que precisaram ser desenvolvidas, e hoje são fartamente usadas seja pela indústria de fármacos e alimentos.

 

Nem nas técnicas de processamento de imagens digitais, desenvolvidas pelo Laboratório de Propulsão à Jato (JPL) da Nasa na década de 1960, para melhorar a qualidade das imagens da Lua, que contribuíram para o desenvolvimento de máquinas de ressonância magnética e tomografia computadorizada, usadas hoje nos hospitais do mundo todo para detectar tumores, fraturas e uma série de outros problemas, com benefícios imensos para a saúde humana. 
 
Muito menos na enorme variedade de ferramentas e novos materiais, resistentes a temperaturas extremas, radiação cósmica e diversas outras características, que precisaram ser desenvolvidos para as missões espaciais e hoje estão presentes em equipamentos de bombeiros, roupas de ginástica, carros, aviões, navios, edifícios e outros produtos dos mais variados tipos.
 
A lista de contribuições tecnológicas é enorme. Tudo foi desenvolvido com o apoio de universidades e mais de 20 mil empresas privadas, contratadas pela Nasa ao longo do programa. Cada um dos módulos do foguete lançador (o gigantesco Saturno V) e dos veículos espaciais (Módulo de Comando, Módulo de Serviço e Módulo Lunar), por exemplo, foi projetado e construído por uma empresa diferente e, usando peças, sistemas e serviços que também precisaram ser desenvolvidos por outras empresas, especialmente para o projeto.

 

Já em 1962, o Presidente Kennedy destacava que o desafio lunar, mesmo em sua fase inicial, havia criado “um grande número de empresas e dezenas de milhares de novos empregos”. “O espaço e suas indústrias relacionadas estão gerando novas demandas de investimento e pessoal qualificado”, disse JFK, em setembro daquele ano, em seu famoso discurso no campo de futebol da Universidade Rice, em Houston, Texas.

 

O ano de 1962 foi o ano de meu nascimento e, envelhecer é vivenciar críticas e acalantar lembranças. A ciência e a educação trouxe um novo universo a baila e novos conhecimentos sobre o ambiente, técnicas de aprendizado, mapeamento de observação bem como novas ferramentas e comutadores que ajudaram a medicina, a segurança e, principalmente a evolução humana em sobreviver com alguma dignidade.

 

Provavelmente, o maior legado além da conquista do espaço teria conhecer os mais modernos sistemas de telecomunicação, meteorologia, navegação, geolocalização (GPS), monitoramento e, outros tantos serviços essenciais. Conquistar a lua significou uma revolução industrial e nos incentivou a conhecer melhor o universo e até a nós mesmos.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 21/10/2024
Reeditado em 22/10/2024
Código do texto: T8178855
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