O MUNDO DOS HOMENS
O MUNDO DOS HOMENS
- Você se deu conta do caos em que está o mundo à sua volta?
Antes que eu pudesse responder, ele continuou:
- Nas Cidades, as favelas se proliferaram, não que as pessoas gostem de viver assim, mas por falta de opção. E ali, mais sobrevivem, que vivem; falta-lhes tudo o que é essencial, pois estão à margem da sociedade.
- Milhões de crianças vivem nas ruas, sem família, sem teto, sem esperança e sem futuro; mais de dez milhões de desempregados perambulam aflitos, sem saber o que comer e como sustentar suas famílias; as drogas estão destruindo nossa juventude e seus promotores enriquecendo às custas de seus vícios; os poderosos acastelam-se no poder, castas de privilegiados surgem, enquanto que a maioria sofre sem poder fazer uso das políticas sociais, a que têm direito; ideologias nefastas e genocidas proliferam, como salvadoras da Pátria, porém cada vez mais o ser humano é escravizado.
- E o pior, acrescentou ele, é que os homens se afastaram de Deus, de seus mandamentos, endureceram seus corações e deixaram de viver o amor e a caridade. A humanidade caminha, a passos largos, para a sua autodestruição e ainda culpa Deus, pelos seus sofrimentos.
Aflito, lhe perguntei:
- Mas o que podemos fazer para impedir todo esse mal?
- Faça o que puder à sua volta. Comece por sua familia, amigos, vizinhos. Não se preocupe com o todo. Faça a sua parte. Dê o exemplo, socorrendo, amando e servindo aos que lhe estão mais próximos. Acima de tudo, apresente o Cristo, como modelo de solidariedade e salvação. Transmita a mensagem que, antes de acumular tesouros na terra, é preciso juntar tesouros no céu.
- Mas sozinho, como mudar o mundo, perguntei.
- Assim como você, muitos são chamados, por toda a parte, a iniciar essa revolução do amor. Fique atento à convocação de Deus.
De repente, uma luz ofuscou-me os olhos e quando os abri, estava em minha cama. Pensei, desolado, que tudo havia sido um sonho. Fui à janela, abri-a, a claridade do dia entrou e, foi então que ouvi uma voz alegre de criança, que passava, rumo à escola, me cumprimentando e dizendo:
- Bom dia, tio. Deus lhe ama. Não esquece de dizer isso para os outros.
Senti-me em estado de graça. Era a minha convocação. E, a partir daquele instante, iniciei o trabalho árduo de mudar o mundo, a partir de mim mesmo.