PEQUENAS (OU NÃO) EMPRESAS, MAS GRANDES NEGÓCIOS (E QUE NEGÓCIOS!)

 

  “O porco tornou-se sujo apenas depois de entrar em contacto

     com o homem. Em estado selvagem, é um animal muito limpo”

                                                                   (Pierre Loti)

 

   Acordei um dia desses pela manhã, onde eu liguei a televisão e direcionei para um canal da Globoplay, mais precisamente no programa "Pequenas Empresas & Grandes Negócios". Assisti um pouco de seu conteúdo e minutos depois mudei de canal, embora ainda com o título do programa em minha cabeça. E aí fiquei matutando comigo no que de certa forma todo mundo vive em função d’algum tipo de comércio. Sim, algum “negócio”, sendo que alguns como patrões e outros – em sua grande maioria – como empregados (dos "negócios" deles).

Trata-se, sem dúvida, do mundo corporativo do trabalho. E naquele momento eu pensei: Se formos ver bem, tudo pode se tornar uma mercadoria, a fim de que se consiga o preciso pão da cada dia. E, no complexo espaço das humanas relações comerciais, existe uma escala onde vai desde um humilde vendedor de churros e algodão doce ou pipoca, passando pelo dono de uma pequena mercearia ou padaria, até chegar ao topo das colossais empresas com todas suas características faraônicas.

 

 

 

   Aqui vale lembrar que chega a ser notável quem são os vencedores neste mundo onde quase todos são plebeus e fracassados. A percepção se dá no tanto que são exibicionistas no uso externo de seus bens e patrimônios, como por exemplo, carros importados, casas ou mansões em bairros de luxo, roupas de grife caríssimas, enfim, nada que venha a confundi-los com os pobres ou assalariados que são a maioria. Embora, muitas vezes nisto a morar o grande perigo por sua ostensão e vaidade: Ser percebido pelos bandidos e, é claro, pelos olhos da Receita Federal. E é aqui o foco em que eu mais quero entrar.

 

 

   O fantástico mundo dos “negócios”. Oh! Trata-se também de um universo múltiplo e variado, onde para alguns “tipos de negócios“ nem todos têm acessos (ou os aprovam). Bem, convido o leitor a um bate-papo (como eu sempre procuro fazer), e gostaria que pudéssemos “ver” juntos um pouco do que é o nosso "mundo de verdade", embora às vezes a parecer um tanto excêntrico. Usarei também um pouco de ironia, porém, sem fugir à minha devida mensagem. Estamos combinados? Então, vamos lá!

 

 

   O mundo dos “negócios”!

   Qual o seu “negócio”?

   Qual o “negócio” de tantos?

 

 

   Para alguns, o nome do “negócio” é “jogo de bicho”. Neste “ramo” tenho para mim que, por não contribuir com uma parte de seu lucro com o Governo, eis porque perante a Lei é uma “contravenção penal”. Sim, um exemplo de contravenção penal, tais como rinha de galo, fingir ser servidor público, fazer ou promover loterias sem autorização legal (inclusive rifas), vadiagem, etc. Mas, não quero agora dar uma aula de Direito, mesmo porque não sou advogado, sou apenas um cidadão comum, onde de tudo busco saber um pouco.

   Então, como já é sabido, o “jogo de bicho” é, sim, um “negócio” de alguns, participando um determinado número de pessoas, desde o bicheiro, o seu "empregado" a anotar o "bicho", até o cliente que paga. Pois bem, se é um “negócio sujo”, não se sabe. O que sabemos é que de seu lucro nada é fornecido para o Governo. Razão pela qual este o considera como sendo um “negócio ilegal”.

 

 

   Para outros o “negócio” se chama “cafetinagem” e “prostituição”, onde este em sua descrição como atividade se faz facilitação ou a prestação de um(a) prostituta(o) ou profissional do sexo no arranjo de um ato sexual com um determinado cliente. Sim, existe também o nome “prostituto”. Um “negócio” realizado a qualquer hora do dia, o qual de certa forma é permitido desde os tempos mais antigos (ainda que não tanto aceito por muitos). E, falando sob um prisma psicanalítico tenho para mim que sua “autorização” dentro da sociedade se deve principalmente pelo reconhecimento do “ID” freudiano na psique humana (não podendo ser negado). No entanto, não deixa de ser um “negócio sujo" onde existe muita exploração, para não dizer bem perigoso para seus (suas) empregados (as). Mas, como sabemos, é um “negócio”... que “dá dinheiro” (mais para os seus proprietários, é claro).

 

 

   Já para outros, o “negócio” é mais “pesado”. Denomina-se “tráfico de drogas”, a ser sem sombra de dúvida, um “negócio perigosíssimo”. Na verdade, trata-se d’uma atividade criminosa. E é o “negócio” de muitos a que estão nos espaços urbanos de qualquer cidade, girando um capital de proporções enormes. Sim, droga é outra coisa que “dá bastante dinheiro”, do contrário, muitos não entrariam e não se arriscariam nesta empreitada.

 

 

   Para outro tipo de grupo, o nome do “negócio” chama-se “contrabando”, e como o anterior, também tem seus riscos e perigos. E são tantos exemplos, desde bebidas importadas, cigarros, produtos de informática e eletrônicos, veículos, relógios, medicamentos, animais, madeira, até brinquedos. Sendo então o “negócio” de alguns.

 

 

   Para outros o “negócio” se chama “igreja”. Sim, “religião” é um grande “negócio” e extremamente rentável. Ou alguém duvida? É como eu vi um dia na Internet: “TEMPLO É DINHEIRO”. E não é que eu esteja falando somente a respeito das famosas “igrejas-comércios” midiáticas, que, por sinal, são uma verdadeira “máquina de fazer dinheiro”. Não, são todas as igrejas, não importa a denominação. A única diferença é que algumas são visivelmente obcecadas neste tipo de “negócio”, como por exemplo, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus, a Igreja Mundial do Poder de Deus, a Igreja Renascer, dentre outras de origem neopentecostal, envolvendo, portanto, outro tipo de “negócio”, a ser o “charlatanismo”. Na verdade, mais conhecido como “picaretagem”. Ah! E como os púlpitos de muitos templos estão cheios de picaretas se vestindo com seus ternos e com suas Bíblias debaixo do braço! Oh! Quanto devemos abrir os olhos para essa gente!

 

 

   Contudo, a Igreja Católica também não fica atrás, onde vários escândalos estão vindos à tona. Isto sem mencionar nos absurdos registrados na História, como por exemplo, a venda de indulgências, a ostentação de muitos papas corruptos, alguns nomes envolvendo cardeais atuais, etc. Sim houve uma série de papas indignos de se estarem na Cátedra de São Pedro, na verdade, a serem pessoas sem qualquer formação religiosa ou interessadas no propósito de Cristo, que é a compaixão, o perdão e amor. Como exemplo, podemos citar Alexandre VI, Urbano VI, Leão X, Bonifácio VIII, Clemente VII, João XII, Sérgio III, Bento IX, dentre outros. Contudo, prefiro não me estender mais, para não sair do foco principal.

 

 

   Pois bem, eis o que foi e ainda é para muitos o que seja “igreja”: um tipo de “negócio” em que se usa principalmente a técnica da persuasão, a fim de convencer muitos na contribuição voluntária de seus dízimos e ofertas em dinheiro. Ou, numa gíria popular: a fim de levar muitos trouxas no bico. Na verdade, um tipo de “negócio” de longa data, desde a época de Jesus. Lembram-se da passagem do Evangelho em que ele ficou bravo com os “vendilhões do templo”? Oh! Este “negócio” com o nome de Deus! Que pouca vergonha! E não é de hoje...!

 

 

   E, neste mundo “carimbado” pela tecnologia avançada, alguns também têm o seu negócio próprio, a ser a “pirataria digital”. Sim, são os chamados “hackers”, formados principalmente por jovens muito inteligentes a aplicarem golpes de forma sutil, mas quase sempre certeira. Eles conseguem entrar com facilidade em contas bancárias de terceiros ou mesmo nos sistemas operacionais das grandes empresas e até em bancos. São criminosos virtuais, potencialmente perigosos, contudo, fazendo estragos reais em grande escala. Pode-se dizer ser um “negócio cibernético” no atual mundo em que vivemos.

 

 

   Então! Apenas coloquei aqui alguns exemplos de estranhos “negócios” que são o “ganha-pão” de muita gente, para não dizer ser a fonte de suas riquezas. A lista não termina. Não falei, por exemplo, do "golpe do baú", onde alguns homens não se importam de serem chamados de "gigolôs"; têm também o golpe da barriga, em que muitas "espertinhas" adoram fazer com otários que correm atrás delas...! Este é como dizia o lendário John Lennon: "Normalmente, há sempre uma grande mulher atrás de cada idiota". Na verdade, tenho certeza de que ele queria dizer: "Atrás de uma mulher bonita e sedutora têm sempre um mané".

 

 

   Pois bem, são "negócios" de caráter instável, podendo ser de curtos prazos, ao que uma hora... "a casa cai"!

E aqui devemos lembrar que muitos "negócios" que foram anteriormente citados precisam do amparo de um outro “negócio”, a que seja verdadeiramente limpo, servindo como forma de lavar dinheiro de seus "negócios sujos".

E, interessante que somos muitas vezes surpreendidos pela revelação negativa de determinados cidadãos (devido seus “negócios”), destes que chegamos até mesmo a por a mão no fogo por eles. Por exemplo, políticos, advogados, muitos juízes, desembargadores, médicos, empresários bem sucedidos, etc., pelo que em algum “negócio” errado fizeram (e veio à tona), como por exemplo, desvios de dinheiro público, sonegação fiscal, subornos, extorsões, nepotismo, peculato, clientelismo, etc. Ou seja, a “política” e também a própria profissão de muitos são também um grande e promissor “negócio” (ironias à parte), no que se cria, conforme o caráter de seus membros, uma escondida “organização criminosa”.

 

 

   Bem, antes de terminar, neste momento me veio à memória um tipo de “negócio” muito praticado por indivíduos sem caráter e sempre contando com a boa generosidade do "brasileiro tão bonzinho”, que é o “PILANTROPISMO”. Sim, eu não troquei a letra, não. Existem entidades denominadas “filantrópicas” que são oportunistas em dar o “golpe da misericórdia”, sendo que essas estão o tempo todo alegando crise financeira. Chamo estas instituições de "entidades pilantrópicas" pela atitude golpista que tanto lhes caracteriza.

 

 

   Ah! meu prezado leitor, procure antes saber como os patrões dessas empresas tratam seus funcionários e decida por si mesmo se vale a pena dar dinheiro para elas. Vale aqui também lembrar o que dizem muitos economistas: Só uma pequena percentagem de dinheiro de doação é que chega de fato ao real destino. Infelizmente existem muitos desvios. É uma pena!

 

 

   Outro tipo de “negócio” bastante praticado por pessoas "notáveis e respeitáveis" trata-se de uma conduta coletiva e combinada dentro de um determinado espaço municipal, sim, dentro das cidades, cujo nome se chama “cartel”. Formada por indivíduos que se juntam para “fazer” tabelas de preços (de preferência elevados) dos produtos entre eles, como exemplo, valores de combustíveis, gás de cozinha, artigos de mercearia, dentre outros numa área territorial comunitária. Sim, os cartéis são muito comuns tanto nas grandes como nas pequenas cidades. E, considerando que no mundo comercial o que mais existe é a "concorrência", para que ninguém venha a sair no prejuízo cria-se, muitas vezes, uma "sociedade" entre os vendedores de produtos iguais. Entrar no espaço do "negócio" de alguém costuma dar até morte, independente de qualquer que seja o "comércio". E isto se aplica também entre médicos, advogados, etc., (até funerárias).

 

 

   Bom, procurei colocar aqui apenas alguns exemplos de “negócios” que tantos por eles sobrevivem, embora existam mais. Saber os motivos pelos quais as pessoas entram em suas “empreitadas” chega a ser até tema para a Psicologia ou mesmo a Filosofia, quando esta estuda a questão da Ética. Sim, sabemos que somos produto do meio em que criamos, onde é fato o de sermos “afetados” por ele. Todavia, isto não justifica as nossas escolhas para o lado errado. Vamos jogar limpo, então!

 

 

21 de outubro de 2024

 

IMAGENS: INTERNET

O Pincel e a Paleta
Enviado por O Pincel e a Paleta em 21/10/2024
Reeditado em 21/10/2024
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