Aparência é tudo

Sempre saio nesse horário, a tarde, hábito de caminhar, excelente maneira de dialogar consigo mesmo, areja há mente,

interagir com as paisagens, pessoas, sem conversar com ninguém. Só contato visual.

Chapéu, camisa, calção e sandália, só eu e o visual das ruas. Andando tranquilamente, quase metade do caminho,

minha sandália quebra, tipo havaianas, nem prego ao redor tinha, tive que jogá-las fora e seguir descalço.

Pensei comigo, no final da caminhada compro outra no supermercado. Não adianta esquentar, é normal.

Normal nada, ao andar descalço, as pessoas mudaram sua maneira de me olhar, antes me cumprimentavam com

á cabeça, sorriam para mim , mostravam um certo respeito, descalço, só viam meus pés, viravam o olhar, desdenhavam,

olhavam com censura, outros de pena, outros de asco e ódio, e eu tranquilo, fazendo o percurso.

No caminho de vez e quando passo na padaria, é caminho, compro bolo e pão, o segurança fica fora, nesse dia,

olhou para min e entrou, não tinha o que eu queria, saí e o segurança de olho, situação incomoda, me dirigi ao

supermercado, comprei as sandálias, as pessoas olhavam-me agora com sorrisos e cordialidades.

Pensei comigo, é por isso que todo canalha se preocupa, em sua grande maioria com roupas,

e adoram ternos e vivem de aparências. Indignado fui beber um chopp, uma mulher muito bonita e bastante atraente,

olhava para mim e sorria, pensei, nem tudo está perdido, retribui o sorriso, ela veio ao meu encontro,

e falou: sou candidata á vereadora, sou mãe, patriota e conservadora, espero contar com o seu voto, posso?

Respondi, de forma direta e zangado, NÃO!!!

Genivaldo Ribeiro
Enviado por Genivaldo Ribeiro em 20/10/2024
Código do texto: T8178220
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