UMA RECORDAÇÃO, PUXA OUTRA...
Ontem fiquei muito feliz porque um leitor e amigo de Capão Novo me pediu que republicasse um texto de minha autoria que ele tinha lido, há muito tempo, e do qual gostava muito, mas que não sabia onde estava.
Com muita alegria procurei, achei e republiquei -OS MUROS DE CAPÃO NOVO- para atender o pedido deste, que deve ser um dos meus sete ou oito leitores e, para minha satisfação pois, como da primeira vez, deu muitos comentários e ligações telefônicas parabenizando-me pela propriedade do texto.
Mas, ao lembrar Capão Novo do início dos anos oitenta foi impossível não recordar as minhas viagens junto com Ana, com os meus filhos Andre com seus quatro ou cinco anos, Paulo Fernando, com mais ou menos dois e a Magda já, com seis ou sete anos.
Nos fins de semana dos verões, quando eu não tirava férias do Banco da Amazonia já, na sexta feira, eu chegava em casa e carregava a nossa “viatura”- uma Caravan ano 1975- aquela dos faróis traseiros redondos- e fazíamos uma cama bem fofa para as crianças, no bagageiro.
Eu ia dirigindo, com a Ana a meu lado e no banco de trás a minha sogra Vó Helena e minha cunhada Maria Getulia.
Saíamos da Lucas de Oliveira 1551 mais ou menos às 18:30 e pegávamos a Protásio Alves e, depois do Túnel já estávamos na Castelo branco e ,logo após, a Free-Way, abria as suas longas portas para nós e, em coisa de uma hora e trinta, já estávamos em Capão Novo, sempre antes das 22 horas o que nos dava tempo de fazer uma boa janta- no Trespach- do Orni e da dona Irene- regada a cerveja-Polar- para mim e para Ana e refri, para a Vó Helena, para Getulia e para a gurizada.
Mas o que desejo dizer, neste modesto texto, é que as viagens eram uma festa-para nós e para gurizada-regada a muita música, ouvidas através de fitas cassete que eram introduzidas no Toca Fitas instalado no painel da “Viatura”.
Saíamos da Lucas de Oliveira já ouvindo Roberto Carlos, cantando detalhes, a nossa eterna música, no que era acompanhado pelo coro de nossos filhos.
Quando chegávamos na Free-Way, a Ana escolhia na sua bolsa as musicas “ confirmadas” e que, pelo seu conteúdo, nos animavam na estrada, evitando cansaço ou sono.
Depois do Roberto Carlos, primeira fita que ela colocava para rodar era, sempre, dos jovens Californianos que compunham o conjunto CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL do qual, embora não soubéssemos coisa alguma do que a letra quisesse dizer, a vibração, o entusiasmo, a musicalidade, harmonia e a alegria que suas músicas transmitiam, nos traziam uma estranha felicidade e uma energia incomparável que davam, às nossas viagens um clima singular e, que hoje, só me resta recorda-lo , triste e solitariamente.
E quando nos dávamos conta estávamos em Capão Novo para um sábado e um domingo inesquecíveis, com muito sol, muitos amigos nossos e de nossos filhos, muitas brincadeiras na Rua das Camélias para as crianças e para mim e a Ana, muito mar, mas, acima de tudo muitas Polares geladas as quais, eram sempre, acompanhadas de pasteis fritos, na inesquecível Banca do Moacir, da qual éramos frequentadores assíduos e na qual chegávamos, caminhando até à praia, pela Avenida Bem-te-Vi.
Que vida! Que tempos! Que alegrias vividas em familia! Que histórias! Que felicidade!
Tudo se perdeu no tempo e faz parte, agora, somente de minhas memórias que ficaram em um passado distante, mas continuarão, para sempre, na minha alma e no meu coração. Tenho certeza que continuarão, também, na alma e no coração de meus filhos- pois são impossíveis de serem esquecidas.
( Recanto da Ana e do Erner 20.10.24- Capão Novo)