Ainda a minha terra...Após 50 anos

Apenas umas linhas para mais um dos nossos saudosistas. Sim, ainda existem muitos...

Temos muitas razões para sentir saudade e entendo perfeitamente sentimentos que fizeram viver cada momento da nossa existência como nunca mais, mas houve algo que se rompeu tão abruptamente que eu(e talvez por questão de defesa), deixei morrer em mim esse “peso”: apaguei essa saudade , a que inevitavelmente atormenta tão quanto a luz que ainda existe dentro do coração de muitos. A mim não faria bem persistir. Tudo ficou lá atrás, como uma nódoa do passado que manchou e não limpa mais, mas que sabiamente perdeu a nitidez e serenou. No entanto, não esqueço o que vivi e muitas vezes "voo" para lá, e apenas para lembranças do passado. Sim, porque o presente não é mais meu. É deles o chão que lá está.

Um solo que merecidamente seria nosso também !!!

Vive-se uma ausência eterna, mas sem falta, no meu entender. Falta sentiríamos caso tivéssemos cruzado os braços para a vida. Não! Nós a pegamos de volta!

Aos que lá estão hoje, inclusive a ocupar berços onde nascemos, casas onde crescemos, escolas onde estudamos e ruas por onde brincámos, que sejam felizes. Sem mágoa e serena, serenamente não deixo de lembrar que perdi. Perdemos!

Hoje apenas como sinalzinho de música que escuto ao longe, bonita melodia que me traz lembranças do que fui, tão quanto a realidade do tão pouco que fomos, e somos, quando em confronto com interesses escusos e maldade dos poderosos que dizem cuidar das Nações.

E meus desejos sinceros de merecido repouso a todos, que lá nasceram naquelas fantásticas terras de Angola/ África. Fiquem bem.

Ps: não , o amor não foi embora mas o amado já!

Teresa Sá Carneiro

Teresa S Carneiro
Enviado por Teresa S Carneiro em 20/10/2024
Reeditado em 20/10/2024
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