Ex- Amor

Um idoso assentado lá,  naquele lugarzinho isolado do ônibus,  próximo ao motorista apreciando o movimento e o vento que vinha da janela.

Numa parada mais adiante sobe uma idosa, como muitas, que ali estavam a apresentar sua carteirinha ao motorista, procurando  desde aquele instante um assento,  quando não se sabe detalhes, mas ela, pelo discurso encontrara naquela condução o seu antigo,  ex caso.

Também idoso,  que ao vê-la até tentou ignorar, porém aquela senhora, não conseguiu segurar as amarguras do passado e falando alto ofendia:

- Até que enfim te encontrei seu covarde.

E aquele senhor fazia, que não era com ele. Mas ela inssistia:

-  É tu seu patife. E apontava o dedo nele.

E continuava a falar:

- Não baixa a cabeça,  não . Seu sem caratér. Nem tem coragem de olhar pra mim.

E o monólogo ofencivo continuava, sem a manifestação de defesa da parte.

No corredor outra idosa se manifestava antes do motorista,  dizendo a outra passageira:

- Credo, essa mulher tá com o tinhoso.

A passageira, que ouvia,  até preocupada com a propagação de um escândalo envolvendo-as apenas disse:

- Hum, hum.

Quando finalmente o motorisra incomodado se intrometeu pra ver se dava um basta, falou:

- Senhora, deixe o senhor. Ele não está lhe dizendo nada.

Todavia a idosa continuava:

- O senhor defende porque não sabe. Esse santo do pau ocó, comeu a carne e não quis roer o osso.

E o motorista interveio mais uma vez:

- Senhora deixe o passageiro em paz, se não vou ter que parar numa delegacia.

E ela pausou e falou:

- Isso , pare numa delegacia, que falarei pro delegado, quem é esse safado, que me enganou. Estragou o meu casamento.Me fez largar o meu marido, com falsas promessas.

Depois disso, o idoso se levantou e finalmente falou:

- Quem manda tu seres besta. Eu não mandei tu largar o teu marido.Largastes porque quiseste.

Nesse momento no ônibus, os passageiros tomavam partido.Uns riam, outros caçoavam, outros se envergonhavam e outros falavam:

-  Não tem outro lugar pra essa senhora ficar falando da vida deles.

Nesse interim, a idosa agressiva, se alterou mais  e começou a bater com a sua sombrinha,  no também idoso, que só se defendia.

Na altura da confusão, outra idosa, já aborrecida empurrou-a e o fuzuê tomou proporção descontrolada, a ponto de outra idosa passar mal e o motorista,  já sem saber o que fazer levar todo mundo pra delegacia do telégrafo, onde o delegado de plantão foi obrigado a retirar a força os envolvidos na confusão, para que, enfim o onibus seguisse na sua rotina.