A PRIMEIRA VEZ (Segunda parte)

Hoje mesmo postei uma crônica abordando este assunto PRIMEIRA VEZ. Mas como uma coisa puxa outra, eis que me lembrei da primeira vez em que a minha esposa, logo no início do casamento foi intimada por mim a usar um CAIXA ELETRÔNICO. Por este tempo, logo que foi implantado o cartão magnético, como eu trabalhava a noite e o Banco só liberava o dinheiro no dia de pagamento após as 10 horas, fui pra casa e pedi que a minha esposa fosse lá e retirasse o dinheiro que era pra pagar o aluguel e fazer compras, etc. Ela demonstrou um pouco hesitante, falando que nunca tinha chegado perto de um Caixa Eletrônico. Foi quando eu lhe falei: Tudo tem a primeira vez, vai lá e cuidado pra não pedir ajuda a pessoas que não sejam funcionárias do Banco. Se ela entendeu ou não, o certo é que foi, enquanto eu fui dormir. E nesta oportunidade ela teve muita sorte, pois Deus colocou uma pessoa honesta no seu caminho, ou seja, a próxima da fila. Em resumo: naquele tempo - 1986 - no recém-implantado sistema para sacar dinheiro fora do Caixa do Banco, o dispositivo funcionava com viva-voz. Por exemplo: apertava-se a tecla iniciar e uma voz dizia: coloca o seu cartão; em seguida: digita a sua senha e assim por diante até quando saía o dinheiro e a voz dizia: operação encerrada. Então, a minha inexperiente estava neste imbróglio todo pela primeira vez e logo que o dinheiro apareceu no local adequado ela não se tocou, isto é, não percebeu de tanto nervosismo que só ouviu a voz: operação encerrada e ela gelada por sair dali sem o valor que ela digitou, como se fosse hoje, R$800,00 e ia se afastando quando a próxima pessoa foi usar o mesmo Caixa Eletrônico e vendo aquela pacoteira no local imediatamente chamou a minha esposa trêmula que ia saindo do local quase chorando: moça, você não pegou o dinheiro? Neste momento ela me desobedeceu quando tinha falado para não dar atenção a desconhecidos, graças a Deus ela fez isto, perguntando:

- Você está falando comigo?

- Sim. Você acabou de usar o Caixa Eletrônico e não pegou o seu dinheiro, moça. Fica mais esperta.

- É verdade, moço. Muito obrigado. Estava distraída, preocupada.

Que mentira inofensiva: ela estava era sim muito nervosa por usar aquele recinto pela primeira vez e por pouco não ficamos com um mês de aluguel atrasado e sem fazer compras. Ainda bem que por este tempo os nossos dois filhos ainda estavam nos nossos planos e tentativas. Quando eles nasceram após dois anos deste acontecimento ela já tinha se transformado muito mais experiente para usar o cartão magnético para o meu gosto....