A MORTE DO COVEIRO
"Diaulo era médico, agora é coveiro;
aquilo que faz como coveiro, já o fazia quando doutor"
(Marcial)
Morrera, finalmente, o último coveiro da terra
D'aquela a que, nest'hora, como pranteava sua ida!
(Ou, na verdade, sua libertadora partida)
E, a partir d'então, corpo algum mais a receberia
Uma vez que ninguém mais em seu âmago teria
Oh! Do que melhor se alimentará a começar d'agora?
Dos humanos cadáveres a que seu manjar preferido eram .. outrora!
E como nest'hora para si ... pelo menos um tanto o queria!
(Ai! Quem lhe dera!)
E, portanto, nem do dito sepultador o teve
(Já que ninguém aqui o enterraria)
Afinal, era o último coveiro ... da terra!
17 de outubro de 2024
IMAGENS: FOTOS REGISTRADAS POR CELULAR