FREUD NÃO EXPLICA
Não explica quando o suor empedra.
Não explica quando certos ventos azedam.
Não explica quando o querer acorda desquerendo.
Não explica quando os passos emperram, desmamam, desatinam.
Não explica quando cada pétala do entender adoece.
Não explica quando dá vontade de desparafusar, arremeter, sumir.
Não explica quando no tonel da paixão emerge o cheiro chorado.
Não explica quando o que se espera desanda alucinado.
Não explica quando as comportas da saudade perdem o viço.
Não explica quando os tentáculos do gozo entram no cio.
Não explica quando cada vértebra da dor vira flor.