A FOTO DA MINHA PRIMEIRA E ÚNICA AMANTE
Diz o ditada popular "Quem procura acha" e é uma grande verdade. Só que desta vez achei algo, aliás, uma relíquia que jamais se passava pelo meu pensamento encontrar. É como aquela situação em que se costuma dizer: 'tal coisa ou pessoa apareceu do nada". Então, estava eu arrumando, limpando os livros na minha biblioteca e de vez em quando abria um, aleatoriamente, ou lia algum prefácio, etc. E nesta tarefa sem muito compromisso eis que entre as páginas de um livro qualquer me deparei com uma fotografia 3 X 4 de uma jovem, que deverá estar hoje com a mesma idade que a minha: 72. Na mesma hora aquele relacionamento tórrido, o qual pouco a pouco foi se revelando o outro lado da moeda, ou seja, se transformando tóxico, o que o levou ao fim. Ainda bem. Como na referida fotografia constava a data: 03/09/73 lembrei que por este tempo ela me disse que arrumara um emprego, enquanto toda semana nos encontrávamos para um momento íntimo e muito prazeroso. Apesar dela portar uma aliança na mão esquerda, dizendo que era casada, segui em frente mexendo neste vespeiro perigoso, mesmo sabendo que "o beijo de mulher casada tem gosto de chumbo". Eu solteiro, morando com familiares, comecei a pensar mais sofre aquele idílio proibido depois que certo dia ela apareceu em minha casa sem avisar. O que ouvi depois deste dia me fez jogar um pouco de água naquele chope. Comecei a não atender aos seus telefonemas e ia arrumando subterfúgio para postergar possíveis encontros. Ela que de boba não tinha nada também foi se aquiescendo e neste ínterim um ponto final foi colocado naquele romance sem futuro e apenas de prazer. Poderia até finalizar dizendo: "foi bom enquanto durou" ou então "se éramos felizes e não sabíamos" nunca tive absoluta certeza. Só sei que depois que estávamos num banco de uma praça, bem tranquilos, após um daqueles encontros, quando ela percebeu um carro da empresa em que o tal marido trabalhava e afirmou que ele era quem o estava dirigindo, por este motivo, talvez não nos viu ali. Incontinenti deixei-a "no mato sem cachorro". Só que este eu jamais pensaria que fosse eu. E o era. Pernas pra que te quero. Fui. E nunca mais marquei um vacilo deste, graças a Deus. Se ela pensou o mesmo, não tive a menor ideia. A esta altura pouco estava ligando. Afinal, foi ela quem me ganhou e consequentemente me perdeu também. Ficou o dito pelo não dito.