ACARICIANDO NOSSA SAUDADE

Alegrias antigas permanecem em nossa lembrança e perduram inesquecíveis nos filtros da alma, como que sendo purificadas e decantadas ao longo do tempo. Ao lembrarmos delas parece-nos que se tornaram mais fluidas, assim como se exalando um sabor de acentuada emoção incrível cada vez que nos vem à mente.

São doces recordações cujo desejo de reviver afaga o coração. Nós as sabemos impossíveis de voltar, reconhecemos, foram próprias de eras vividas outrora e tiveram o seu indelével valor sentimental na nossa jornada. Ficaram no passado, pertencem ao ontem, busquemos novas sensações de felicidade porque os sorrisos adormecidos nos anos idos se circunscrevem na nossa história emocional.

Entendemos sim que tudo já passou, os semblantes contentes participantes dessas alegrias eram jovens idealistas, sonhadores, românticos, diferenciam dos adultos em que se transformaram. Esses mesmos, diante de situações idênticas hoje, talvez vibrassem mais comedidos e serenos, longe do afoitismo do que eles um dia foram. Todavia é desnecessário ocultar as coisas boas, os bons momentos já passados, nas mãos do esquecimento. Por isso insistem em ficar acariciando nossa saudade

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 15/10/2024
Código do texto: T8174374
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