Como assim?

Caminhando por entre as luzes da noite com um belo luar,

....caminho!

Apressados passos .

Ao atravessar a avenida, vejo um homem caminhando, ou melhor, cambaleando.

Os passos diminuo.

Fico pensando :

-"Será que está passando mal"?

Algumas pessoas olham também.

Mas não param.

Indecisa, não sei se vou ao encontro do tal cambaleante que começa a segurar nas grades das casas e o passo fica estranho.

Será que bebeu?

Se atravessar a avenida vai ser atropelado.

Estanco meus passos e espero.

Sei lá.

Vai que ele desça a calçada e tente atravessar a rua movimentada.

Um passo para frente, outro para trás.

Estou com pressa mas detenho meus passos.

O homem está mal.

Atravesso a rua e pergunto:

- Você precisa de algo?

Está bem?

O homem ainda jovem, pára e fica sem saber o que responder

Pergunto novamente.

Ele responde:

- Não estou bem não.

Passando por uns problemas e a bebida ajuda um pouco!

- Ajuda?

Eu penso.

Não concordo, mas procuro ser amigável.

Logo adiante tem uma escada com poucos degraus de uma casa e me arrisco a dizer:

- Porque não senta um pouco até melhorar?

Ele fica surpreso e me diz que não pode confiar nas pessoas da rua. **

- Como assim?

Pergunto.

- Sou morador de rua!

Ele responde.

- Mas onde Você fica?

Pergunto .

- Por aí.

Ele responde.

Diz que está desempregado.

°°°°°°°°°

Já nem sei o que dizer.

Fico penalizada .

** Ele mora nas ruas e não pode confiar em mim? 🤔

Uai....!

E eu, posso?

Então tá.

Digo a ele que estou indo a uma reunião fraterna numa casa Espírita.

- Porque não vai até lá conversar com Alguém e pede ajuda?

Quem sabe!

Simplesmente a criatura me olha atentamente e diz se eu não quero marcar o tel dele e enviar um whatsapp para batermos um papo.

??????????

Fico sem resposta.

Nem respondo atordoada que fiquei.

Ele me diz:

-Quer casar comigo?

Você está cheirosa!

- Minha nossa ( penso eu)!

Me apresso a responder:

- Não quero casar não!

Até mais ver.

Apresso o passo e vou embora.

..... Incrível .

Como assim?

---------------

Já não existem moradores de rua como antigamente.

Sem discriminação, mas quando eu era adolescente não havia o que temer quando tentava uma aproximação fraterna.

Nunca mais vou parar para ajudar Ninguém!

( pensei)

Que doideira.

Ainda ouço rapaz dizer ao longe:

- Desculpa.

É brincadeira!

=====≠=====

Sem palavras!

Quase sai correndo.

°°°°°°°°°°°°°°

Berta Novick
Enviado por Berta Novick em 14/10/2024
Reeditado em 18/11/2024
Código do texto: T8173629
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.