AS VAIDADES DO CORAÇÃO

Com o tempo tudo se dissolve no ar como bolinhas de sabão, assim a vida e o seu ciclo constante. Mas ainda não é o fim, duro de matar se mostra o viver, ampla é sua resiliência, insaciável e realçante é o seu apetite de continuar a jornada interminável.

Porque se para todos um dia tudo termina, outros muitos recomeçam de onde aqueles pararam. Se bem sejam vaidades os desejos do coração, vãs os sonhos, visto que lá no a frente desmoronam, todavia os fluxos se renovam em meio às cinzas, os mananciais voltam à plenitude, as árvores brotam novamente.

Rufem os tambores, avante, há esperança para o respirar e o prosseguir, pois mesmo ceifado, persistente que tanto se faz, ainda se renovará. Esmaecidos os que vão caindo no caminho, ficando para trás, o sol brilha de forma a nunca cessar seus rebentos. Impossível saber até quando. Quem tem interesse em saber disso? Ser feliz sem medo, ter e semear sonhos, devaneios por seu turno, taí o segredo do não perecer antes, prematuro. É espetacular e firme o querer de quantos vivem, não importa se o túnel escurece a pouco e pouco, parecendo longe da luz que acende apenas no fim.

Enquanto uns caem e morrem, o mesmo somatório, ou possivelmente mais, flui quantidade igual ou superior e segue. O fósforo sucumbe num piscar de olhos, desaba, evapora e seca, no entanto a caixa de onde ele saiu jamais esgota. Essa sem dúvida é a maravilhosa beleza da vida.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 13/10/2024
Reeditado em 14/10/2024
Código do texto: T8172826
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