Carta aberta da Matilde Caetano
Atualmente, é comum ouvir relatos de mulheres falando mal umas das outras, criticando e até se prejudicando mutuamente. Mas por que isso acontece?
A sociedade patriarcal em que vivemos costuma valorizar a competição entre as mulheres, criando uma atmosfera de rivalidade e individualismo. Muitas mulheres crescem internalizando essa cultura, o que pode levá-las a se verem como concorrentes ao invés de aliadas.
Além disso, a internalização do machismo também desempenha um papel importante nessa equação. Muitas mulheres foram ensinadas desde cedo a desvalorizarem outras mulheres, acreditando nas histórias de que somos naturalmente invejosas, interesseiras e competidoras.
O medo da competição e da perda de oportunidades pode levar algumas mulheres a agirem de forma prejudicial umas com as outras, ao invés de se unirem e se apoiarem.
Por outro lado, a falta de representatividade também influencia nas escolhas políticas das mulheres. Historicamente, as estruturas de poder foram dominadas por homens e a participação feminina na política foi por muito tempo bloqueada. Isso pode fazer com que algumas mulheres se sintam desconfiadas em relação a outras mulheres ocupando cargos de liderança.
É importante lembrar que a luta das mulheres não é contra outras mulheres, mas sim contra um sistema opressor e desigual que nos coloca umas contra as outras. Precisamos nos unir, nos apoiar e nos fortalecer mutuamente para alcançarmos a igualdade de gênero e construirmos um mundo mais justo para todas nós. É preciso entender que nossa força está na sororidade e na união, e não na competição e na divisão.