Homens delicados

Se me perguntassem o que mais me atrai nos homens eu diria, sem sombra de dúvida, que é a delicadeza.

Ser delicado é deixar emergir de dentro a metade feminina da qual ele foi feito, o que a sociedade machista e preconceituosa reprime desde a mais tenra idade:

- Meninos não colhem flores, não brincam com bonecas, não fazem dança. - Meninos não lavam louça, não arrumam a casa.

- Meninos não choram.

Gosto de homens vaidosos que se arrumam e se perfumam. Gosto de uma barba bem feita, unhas tratadas, mãos sedosas.

Gosto de homens sensíveis, que falam baixo, que sabem dançar; sedutores, que mandam flores, que beijam a mão, que abrem a porta do carro para a mulher entrar, vejam só! Que gostam de plantas e de crianças.

Eu me emociono ao ver um pai com o seu bebê ao colo, o contraste do homem grande, alto, forte com a criança pequenina e frágil. E o pai buscando o filho na escola, o carinho, o cuidado, o interesse na conversa animada daquele “pingo de gente”.

Os homens delicados são capazes de adivinhar os nossos desejos e de nos fazerem surpresas extremamente agradáveis. Sabem o cheiro do nosso perfume, a nossa cor preferida, as músicas e os lugares que nos dão prazer. Sabem nos dar prazer respeitando o nosso tempo, o nosso ritmo.

Os homens delicados sabem a hora de silenciar para não dizerem coisas imperdoáveis, que ferem a nossa sensibilidade e sepultam o amor.

Homens delicados admiram suas mulheres e não competem com elas. Não se sentem menores ou piores quando elas ocupam cargos importantes, ou percebem vencimentos mais vultosos que os seus.

Homens delicados compreendem a alma e o modo de sentir das mulheres e jamais as depreciam, ridicularizam ou subestimam.

Homens delicados conseguem saber como é o amor de mãe, de amiga, de mulher; se emocionam e choram, porque neles, a sensibilidade não é atribuição de sexo forte ou frágil e sim, uma capacidade dos humanos.

Vejo um número cada vez maior de homens assim. Acredito que as mães, cada vez menos do lar, ocupando cada vez mais postos e cargos que antes eram só dos homens, mães das novas gerações, têm formado homens mais sensíveis, menos truculentos e machistas, mais participantes, mais delicados.

Lucia Elena Ferreira Leite

Lucia Leite
Enviado por Lucia Leite em 14/01/2008
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