Era apenas um fim de tarde
Mais um término. E a cidade estava lá, me mostrando que permanecia indiferente à dor que eu sentia pela perda da posse e usufruto de uma racha, que me acalentava no frio e refrigerava meu falo e meu coração no calor.
A estação do metrô parecia gritar com todas as letras que novamente eu estava solitário, as luzes na Avenida Paulista permaneciam vivas e belas e pareciam não se importar em nada com a melancolia que baixava em minha alma como uma garoa fria, internamente, concentrava-me em escutar um sussurro a me alertar que as coisas são assim mesmo e que era melhor aceitá-las como são.
Era como se doesse de uma só vez a soma dos términos passados, de forma avassaladora. O engraçado era que todos estes sucessivos términos tiveram inícios arrebatadores, que prometiam durar toda a eternidade, mas, na verdade, duraram tanto quanto um arrebol de fim de tarde.