Saramago, nosso único Nobel de Literatura
Há exatos 26 anos o escritor português José Saramago recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, o único concedido pela Academia Sueca a um literato de Língua Portuguesa desde 1901, quando a premiação foi criada, tornando-se a maior láurea literária do mundo.
Por outro lado, nesse período, doze escritores de Língua Espanhola foram agraciados, seis deles espanhóis. Os demais, pela ordem cronológica, foram: Gabriela Mistral (Chile, 1945), Miguel Asturias (Guatemala, 1967), Pablo Neruda (Chile, 1971), Gabriel Garcia Márquez (Colômbia, 1982), Octávio Paz (México, 1990) e Mario Vargas Llosa (Peru, 2010). Logo, nesse contraponto, vemos que os escritores eram tanto europeus quanto da América Latina.
No caso da Língua Portuguesa, tivemos escritores geniais, dignos de um Nobel, como os brasileiros Machado de Assis, Jorge Amado e Guimarães Rosa, o angolano Mia Couto e o poeta português Fernando Pessoa. Entretanto, o fato é que só o autor de O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) e Ensaio sobre a Cegueira (1995) nos representa, sejam europeus, africanos, asiáticos ou latino-americanos falantes do português. Bom, pelo menos ele é realmente único e genial, leitura obrigatória para aqueles que acham ser a criação literária submissa à gramática ou à norma culta (à propósito: Millôr e Bagno sempre disseram que a crase é o acento mais inútil do português brasileiro).
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CRONIQUETA
Há alguma coisa no fim da linha que eu não sei explicar o que é. Não é medo, tampouco euforia. Conformação! Isso! Aceitar o inevitável. Cada coisa tem o seu lugar e esta no seu devido lugar, assim como eu. Passou. Foi-se. Está e nunca mais estará. Está onde está e nunca mais estará por aqui, enquanto totalidade. O fim. Choro.
Até qualquer dia, depois de uma chuva de domingo. Além. Axé. Amém.
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FRASE
O tesão, é viciante; a eleição, uma cachaça; o poder, afrodisíaco.