SEM TIRAR NEM PÔR - Por Léa Bougleux

A felicidade de alguém incomoda o infeliz. Já vi coisas do arco da velha nesta vida de meu Deus. Há tempo venho observando a dificuldade das pessoas em elogiar alguém ou algum feito digno de reconhecimento. Um cumprimento sincero de parabéns, aplaudir, curtir uma postagem bonita ou interessante, é difícil. Parece ser mais fácil criticar, desdenhar. Parece muito difícil aceitar a felicidade do outro. O ego não permite. Uma ponta de ciúme cutuca, machuca.

Difícil ver o outro crescer no serviço. O crescimento incomoda o que não gosta de trabalhar e ainda orgulha-se em puxar o tapete do trabalhador.

Vejo hoje com muita clareza os ataques ao Agro, como se ele sozinho devastasse o país, esquecendo que uma das maiores riquezas do país vem do Agro. O Agro emprega desde pessoas com nível intelectual elevado, doutores em várias áreas, bem como pessoas comuns, elevando seu nível de conhecimento e reintegrando na comunidade o empregado do campo, da lavoura ao gado, das hortaliças aos pomares . O Agro coloca alimento em nossas mesas e até fora do país, com as exportações. O coitado vem sendo declarado culpado sem sustentação.

O sucesso de alguém só incomoda o acomodado, assim como a felicidade do outro incomoda o infeliz.

A inveja mostra a sua cara. Não é o que eu tenho que causa inveja. Muitos dos que invejam tem muito mais do que eu.

Se sou uma pessoa que procura usar da bondade para ajudar o menos favorecido, fazendo parte de entidades que promovem a reintegração do individuo na comunidade, por não fazer distinção de pessoas, mostrando seu valor, orientando a conquistar um emprego, posso ser invejada.

O invejoso é egoísta, quer o que é do outro, e a inveja anda de mãos dadas com a cobiça.

Fico a ver as guerras e penso ser oriundas de corações invejosos. O ódio é destruidor, mas a inveja chega a ser pior que o ódio. O invejoso cobiça coisas, vivem a lutar, matam. Promovem guerras para obter o que é do outro. Disputas por territórios...

Lembrei-me da fábula da serpente e o vagalume. A serpente queria engolir o vagalume a qualquer custo. O coitado não entendia o motivo, indignado perguntou: - porque você quer acabar comigo, lhe fiz algum mal? – Não respondeu ela. É o seu brilho que me incomoda.

Léa Bougleux

ESCRITORES E CIA
Enviado por ESCRITORES E CIA em 08/10/2024
Reeditado em 08/10/2024
Código do texto: T8168672
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