Encruzilhada.
Tudo não é o tudo que esparrama o sentido na alfazema do cotidiano onde, o ser humano sempre alimenta a alma.
Se o tudo é o tudo, nada mais há para se fazer, nada mais há garantia na face da terra. Nada mais há para que se venha usufruir dos seus atos, vícios e corriqueiros momentos.
Nada há mais para aquele que o tudo é o tudo do que poderia ser mínimo se o tudo complementa com o nada que o tolhe.
Tudo não é o tudo que, como faca, corta a carne da humanidade sem que se perceba.
Tudo é o tudo. Assim, colecionamos frutos da decepção, flores da discórdia e semente de angustia alimentada pelo sumo úmido pela ganância de viver.
Vivo no tudo que tenho, vivo na esperança do que não tenho e, busco o infindável na encruzilhada de um solo orgiástico libertando-me do cão companheiro assassino.
Não vendo minha alma com facilidade. É preciso muitas lutas para me vencer. Lutarei todos os dias, todas as noites, e todos os segundos em que eu possa presente, te defender.
Uma intensa alegria me invade ao perceber o tudo que tenho a palmilhar, que tenho de criar, que tenho e muito que tenho em te amar.
Na encruzilhada das nossas vidas, o blues esparge algodão para alimentar nosso descanso em longos e confortáveis travesseiros.