Gosto da palavra relacionamento, mas não gosto da obrigação final dela que é o casamento. A cada passo dado, namoro, noivado e casamento, as pessoas tem a certeza que o amor vai ficando mais sólido, mais concreto e invencível aos olhos do mundo. Parece que é para toda a vida, inabalável. Será? Que segurança é essa que as pessoas sentem ao assinar um papel? E os votos feitos no altar que dificilmente são seguidos? Aliás, hoje existe um grande paradoxo: mesmo com toda a liberdade existente, as pessoas estão pulando etapas e logo após se conhecerem, estão morando juntos ou casando, mas com a mesma facilidade também estão separando. A seriedade do casamento está banalizada? Os votos viraram um juramento vazio? Ou tudo sempre foi uma hipocrísia?
Relacionamento para mim é leveza, alegria, simplicidade, tesão e felicidade encarando a seriedade da vida. Ah, em casas separadas. Por que morar na mesma casa? Por que a obrigatoriedade de suportar a dura realidade da rotina? Gosto tanto de casas separadas , que nunca me casei. Não morar na mesma casa, não significa que não vou respeitar e apoiar a outra pessoa. O comprometimento do relacionamento independe do espaço físico. Depende da força do amor, da alma e a energia especial que você divide com o seu amor. Todos nós somos imperfeitos e temos que trabalhar e cultivar o amor, isso é fato, mas podemos fazer isso sem enrijecer a relação de acordo com os padrões da sociedade.
Em um relacionamento, gosto de dar um passo de cada vez: a troca de olhares, um sorriso confirmando que eu quero, o primeiro oi, a primeira conversa, primeiro encontro, primeiro beijo e o primeiro sexo. Quando chega no sexo, o resão é tão forte, que o orgasmo vem arrebatador. Pode parecer tradicional, mas quando pulamos essas etapas e vamos direto ao sexo, como acontece hoje, o amor perde a sua essência, a sua magia e fica banalizado. Pular estapas nos leva direto para a rotina sem sabermos pelo menos o signo da outra pessoa e o fracasso é inevitável. Em uma crise, nunca vamos poder lembrar a razão de um dia termos começado a namorar, porque nunca namoramos. Não haverá história para contar.