A primeira crônica de outubro do Bacamarte

 

Aluu! Inuugujaq meus 23 fieis leitores e demais 36 que de quando em vez passam aqui no meu gramado literário a fim de ler crônicas escatológicas. Ajudungila?

 

Essa é a primeira de quatro. Escrevo uma por semana. O Dartanhão já me aconselhou a escrever umas três semanais, mas, como a Gabriela do Amado, eu nasci assim, eu vivi assim, vou ser sempre assim: errático. Assim como o Blue Label, já estou velho pra mudar, como o mestre cronista de Pesqueira mesmo disse sobre si numa crônica recente, cronicando acerca de sua saudade das antigas cadernetas do botecos.

 

Na verdade, estou tão acostumado com essa batida que nem teria assunto, acho. Mais na verdade ainda, acho que nem sou tão gênio assim, como me achava. Depois de uma certa idade, a dura realidade do que é a vida nos bate na porta e com a porta na cara, com a decadência do corpo nos jogando na cara o resultado de nossas escolhas. Vamos perdendo, inclusive, determinada utilidade que tínhamos para os outros. Só o saldo do cartão ainda nos segura. Vejo cada coisa por aí, cada cara abandonado, jogado no mundo a esmo, em dor e solidão, adoecendo mentalmente. Triste, muito triste, pungente.

 

Que legal, né? Um assunto alvissareiro para se escrever num domingo de sol. Vou sair pra rua, ver a vida, gostar do mundo, manter a saudade viva e as descobertas em dia. Quem está vivo sempre reaparece pra si e pros outros. Olha lá, um cachorro cagando na grama, mas que barbaridade. Quem é o dono daquele bicho? Ah, aquela moça ajeitada ali. Tá perdoada, eh eh eh eh. Já viram o filme Perfume de Mulher, com Al Pacino? O capitão cego que ele interpreta diz que, quando paramos de olhar, é porque morremos. Concordo com ele. Um hetero não apenas gosta de mulher, ele aprecia e se encanta com a beleza de um corpo ou de uma alma, ou seja, tanto pela belle quanto pela jolie, como diriam os franceses, Ah, lembrei da Aline, agora. A minha, não a do Cristophe, até porque a dele era italiana.

 

Qujanaq por terem dado uma passadinha por aqui hoje. Takuss"!

 

 

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

 

MAIS TEXTOS em:
http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina
Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)

CARTA ABERTA aos meus caros 23 fieis leitores: 
https://www.recantodasletras.com.br/cartas/3403862

GLOSSÁRIO KALAALLISUT:

Ajuungila - Como estão?

Aluu - Olá.
Iterluarit kumoorn - Bom dia.
Inuugujaq - Boa tarde.

Nozes - Tuzes+Eu=Nozes.
Qujanaq - Obrigado.
Takuss' - Até mais.

Tuzes - Plural de tu.

 

Antonio Fernando Rollim de Braga Bacamarte